Hoje, leitor, começo com a seguinte pergunta: você sabe quando usar dele e de ele? Ou será que isso nunca sequer passou pela sua cabeça? Não? Então continue a leitura, que agora eu tenho mais uma regrinha para você.
Bem, a gramática normativa do seu idioma, vulgo língua portuguesa, diz que não existe sujeito preposicionado. Logo, o correto seria: “Apesar de ele (e não “dele”) não ter comparecido, a reunião foi um sucesso”. Mas, se você não souber localizar o sujeito, tampouco a preposição, de nada adiantará saber essa norma.
Conforme expliquei em um artigo recente, o sujeito é o modificador do verbo, ou seja, trata-se daquele termo ou conjunto de palavras capaz de fazer com que o verbo mude do singular para o plural e vice-versa. Logo, na frase em questão, quem tem a capacidade de modificar o verbo comparecer? Ele, exatamente a palavra ele. Prove-me, professora. Ora, se eu passar o vocábulo ele para o plural (eles), o verbo também irá para o plural (compareceram).
Encontrado o sujeito (ele), faz-se necessário verificar se este vem acompanhado da preposição de. Sim, de é preposição, filho de Deus. Se ele vier, é simples: basta não juntar. Então, teremos “apesar de ele” em vez de “apesar dele”. Simples assim. E o dele, professora? Quando usar? No restante dos casos, leitor. Se você entendeu essa regra do sujeito, nem precisa saber as outras. Apesar de ele não ter comparecido, a reunião foi um sucesso.
Aliás, sucesso para você também.
Até a próxima semana.
Cíntia Chagas é uma professora que sempre leva humor e conhecimento ao público. Escritora de dois best-sellers da editora HarperCollins, ela coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra. Palestrante e instagrammer, provou que irreverência, humor e educação podem e devem andar juntos.
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