
Suzana Pires aponta como todas as mulheres já sofreram com comentários sobre sua forma de viver e abusos em diferentes ambientes, mas é o momento de olhar com mais carinho para si
Olá, caríssima leitora. Tenho ciência que a pandemia complicou ainda mais a vida de todas nós e, por este motivo, tenho feito vídeos, lives e posts para suavizar e dar força a você mulher que está em sobrecarga. Você pode não ter perdido seu emprego ou seu negócio, mas perdeu aqueles poucos momentos que tinha pra você. Desta maneira, esta coluna foi escrita para te reconectar, para que você a leia, se tranque no banheiro escondida das crianças e do marido e pense em você, por dois minutos. Sim, hoje você se dará dois minutos de respiro e recuperação de motivação. Vamos juntas!
Para refletir: eu já ouvi que meu grande problema na vida era a minha alegria, mas a cultivo até na tristeza; Eu já ouvi que se eu mostrasse meu corpo, jamais seria levada a sério, mas entendo meu corpo como parte integrante da minha inteligência; Eu já ouvi que por eu ter um bom relacionamento com as pessoas, acabo pulando etapas e posso ser vista como “sedutora” ao invés de competente, como se a excelência das minhas entregas não contassem nesta equação. Mas jamais desisti de estabelecer parcerias, mesmo que isso irrite os mais despeitados; Eu já ouvi que ser sonhadora não me levaria a lugar algum. Não só levou, como me deu credibilidade e lucro; Eu já ouvi que minha risada é muito alta, mas eu rio ao viver, mesmo quando choro, portanto a risada permanece; Eu já ouvi que não seria assediada, porque era muito boa profissional e me sairia melhor nas minhas entregas do que numa cama, mal sabia essa pessoa que para ele eu sempre estaria de calcinha bege; Eu já tive esgotamentos emocionais devido a sobrecarga e alta opressão misógina do mundo, mas aprendi a me recompor e voltar para a arena; Eu já sorri quando chorava por dentro; Eu já me preocupei com o meu brilho próprio, mas hoje nada é mais sobre isso, mas sobre quantas vidas femininas consigo modificar com os holofotes a que tenho acesso. Eu já ouvi que, com meu jeito de ser, nada daria certo na minha vida, mas hoje eu sou uma Dona de Si.
Eu, você e todas as mulheres do mundo já ouvimos tudo isso, inclusive coisas piores. Durante séculos, acreditamos nesses desmerecimentos, mas hoje, não mais. Nós fazemos o melhor com o que somos, com a matéria que faz nosso coração acelerar e escolhemos o destino a tomar. E essa é a chave de virada para uma vida feminina livre de relacionamentos tóxicos, chefes assediadores e diminuição da nossa capacidade.
Eu já andei com as feridas abertas e não tenho vergonha disso. Ferida, a gente passa remédio e cicatriza ou a gente trata na terapia. E sabemos que isso é a consequência de escolher o próprio caminho. Isso é ser Dona de Si.
Eu já. Você. E todas nós também. Não estamos sozinhas.
Sororidade sempre,
Suzana Pires
Primeira atriz também autora de novelas do Brasil, a empresária e empreendedora social Suzana Pires é formada em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), em showrunner na MediaXchange, em Los Angeles, e em empreendedorismo pelo Empretec Sebrae SP. Depois que começou a escrever a coluna Dona De Si, em 2017, surgiu a ideia de criar o Instituto Dona De Si, com o principal objetivo de acelerar talentos femininos. Atualmente, segue como atriz na Rede Globo de Televisão e como autora cria projetos para players nacionais e internacionais através da marca Dona De Si Conteúdos.
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