Finalmente, as férias de julho estão chegando. Com elas, reaparece a pergunta de sempre: devo falar que estou de férias ou em férias? Mãos à obra, caríssimo leitor, que o assunto são as férias, mas o trabalho é meu.
Antes de tudo, devo salientar que o uso de preposições após verbos nem sempre segue uma lógica, pelo contrário. Trata-se muito mais de uma questão imposta pelo uso dos falantes do que de uma normatização em si. Vejamos: se o médico está de plantão, e a viúva está de luto, casos em que o “está de” indica situação, estar de férias parece a opção mais adequada, não é mesmo?
Entretanto, conforme mencionei, boa parte do que há de “regras” na língua portuguesa advém apenas do uso (a reforma ortográfica que nos diga). Logo, se a construção estar em férias é amplamente usada e divulgada nos meios mais intelectualizados, não vejo por que criar colóquios a respeito dessa variação, ainda que eu prefira a opção estar de férias.
Mas não se apresse, que eu tenho uma observação a fazer: caso você coloque um adjetivo depois da palavra férias, como ocorre em férias forçadas, férias coletivas, e férias merecidas, use a forma “estar em”. Estou em férias forçadas, em férias coletivas, em férias merecidas. O.k.? E boas férias, caso você as tenha.
Até semana que vem.
Cíntia Chagas é uma professora que sempre leva humor e conhecimento ao público. Escritora de dois best-sellers da editora HarperCollins, ela coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra. Palestrante e instagrammer, provou que irreverência, humor e educação podem e devem andar juntos.
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