No Recife ou em Recife? Qualquer pessoa minimamente curiosa já se fez essa pergunta. Bem, fato é que os recifenses preferem, categoricamente, no Recife a em Recife. E estão cobertos de razão.
Ocorre que existe uma regra segundo a qual o uso do artigo (“no” é a contração da preposição “em” com o artigo “o”) deve ser obrigatório sempre que o nome de algum lugar vier de um acidente geográfico. Mas o que seria um acidente geográfico? Este diz respeito a quaisquer tipos de formações diferenciadas no relevo da Terra, como cataratas, recifes, minas.
SAIBA MAIS: No ponto: eu valho muito está certo?
Todavia, nem sempre essa regra, que vem despencando por terra, é seguida. Vejamos o caso de Minas Gerais, meu estado natal. Ninguém fala que Fulano vem das Minas Gerais, mas de Minas Gerais. Assim como não se ouve por aí que Maria chegou das Alagoas, mas de Alagoas. Entretanto, seria doloroso ouvir que alguém é de Rio de Janeiro, não é verdade? Logo, para o Rio de Janeiro, a norma do acidente geográfico vale.
Se essa regra não se aplica a todos os lugares, o que fazer, professora? Bem, é simples. Quando visitamos a casa de alguém, fazemos o possível para respeitar os hábitos dessa pessoa, não é verdade? Então respeite os recifenses e diga que você está no Recife, não em Recife. E ponto final. Até semana que vem.
Cíntia Chagas é uma professora é autora de dois best-sellers da editora HarperCollins e coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra, além de ser palestrante e instagrammer.
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