No momento em que o mundo debate o avanço, implicações, benefícios e desafios da Inteligência Artificial (IA), em paralelo, a sociedade se prepara para lidar com essa nova realidade impulsionada rapidamente pelos avanços tecnológicos. Neste contexto, habilidades humanas relacionadas à resiliência, empatia e comunicação serão cada vez mais indispensáveis no universo corporativo e na capacidade de produzir e inovar.
Recentemente, durante um encontro com alguns CEOs brasileiros, David Baker, escritor americano cofundador da revista de tecnologia Wired no Reino Unido , abordou a discussão sobre IA e inteligência emocional. Baker revelou para nós o quanto estamos com receio do novo, do novo futuro e, sobretudo, como é importante redescobrir formas de estabelecer conexões profissionais.
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Um ponto de partida fundamental para essa mudança é entender as maneiras de criar um ambiente psicologicamente seguro. Existem empresas, por exemplo, que iniciam suas reuniões com momentos para que todos possam expressar suas opiniões e percepções; só depois o líder faz seus comentários, dando oportunidade para ouvir seus liderados. É um exercício que gosto de praticar, pois podemos ter acesso ao debate das boas ideias e, consequentemente, insights sobre o uso adequado e relevante de novas tecnologias, como a inteligência artificial.
Saber usar a resiliência também é muito eficaz diante das incertezas causadas pela IA. Afinal, não temos ideia do que, de fato, a inteligência artificial fará com nossos empregos, negócios e a forma como vivemos agora. Atualmente, abominamos a incerteza em relação ao futuro e tentamos minimizá-la, no entanto, há um grande equívoco nisso. Em vez de tentar prever o futuro da IA, que tal aceitarmos que ele é mais aleatório do que podemos imaginar?
Em alguns momentos, olhar para o passado pode ser mais vantajoso do que tentar prever o futuro, e fornece uma compreensão mais apurada dos dias de hoje. Assim conseguimos avaliar fracassos e frustrações, e essas experiências acabam nos fortalecendo e dando melhores ferramentas para lidar com os desafios.
O futuro exige estratégias para lidar com o estresse, recursos de apoio e modelos para entender situações difíceis. Quanto mais ferramentas tivermos, mais resilientes seremos, permitindo-nos reagir rapidamente às novas oportunidades e desafios da era da IA.
Nesse sentido, a empatia será uma das habilidades mais importantes. O ato de tentar nos colocar no lugar do outro, permite um entendimento mais aprofundado dos problemas e soluções possíveis, algo que uma inteligência artificial não pode captar. Temos esse dom e precisamos explorá-lo da melhor forma.
Para finalizar, deixo alguns ensinamentos de Baker, que reforçou a importância de explorar fatores e conexões emocionais como a curiosidade e a resiliência, que são essenciais para aproveitar o máximo da IA. Pois precisamos reconhecer que a inteligência artificial é uma ferramenta poderosa que pode ser uma parceira da criatividade humana. Logo, o potencial entre a conexão das capacidades emocionais humanas com essa nova e poderosa tecnologia é inestimável.
*Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Brasil, referência em soluções digitais.
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