A fintech Transferwise espera receber sua licença do Banco Central para operar como corretora de câmbio ainda em 2019 e aumentar seu portfólio de serviços de pagamentos internacionais.
A startup britânica, avaliada em US$ 3,5 bilhões, aguarda a autorização dos reguladores brasileiros há mais de um ano e atualmente trabalha com os parceiros locais Banco Rendimento e MS Bank.
Segundo a líder da operação na América Latina, Diana Ávila, as tratativas entre a empresa e o BC têm acelerado, e a expectativa da Transferwise é que o processo se conclua até dezembro. “Vemos a operação independente um dos principais fatores que influenciam nossa habilidade de reduzir nossas taxas no Brasil,” aponta.
A Transferwise argumenta que a obtenção da licença implicará em uma redução das taxas do serviço para o consumidor. A aplicação do IOF varia de acordo com o motivo de envio e, uma vez habilitada como corretora, a empresa vai expandir as naturezas de envio, o que deve baratear o custo das remessas.
Ampliar estes tipos de envio é até possível na situação atual, mas o unicórnio vê a integração a terceiros como um processo bem difícil e demorado e, portanto, prefere aguardar a licença.
Apesar de a autorização do BC também não ser absolutamente necessária para que a empresa aumente seu leque de produtos além dos envios de dinheiro internacionais, o plano é fazer isso quando o OK dos reguladores chegar.
Em outros mercados, a oferta da Transferwise inclui uma conta “borderless”, que já movimenta mais de US$ 1 bilhão e permite que usuários mexam seu dinheiro em mais de 40 moedas, bem como um cartão de débito internacional.
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Enquanto a licença não sai, a Transferwise vai aumentando gradativamente as opções de seu menu no Brasil, onde envios são ainda limitados a pessoas físicas, para permitir remessas para instituições de ensino internacionais nas próximas semanas.
Segundo pesquisas feitas pela empresa com seus usuários, o custeio de despesas de educação é um dos principais motivos pelos quais brasileiros enviam dinheiro para outros países.
Desde o início de suas operações no Brasil em abril de 2016, envios internacionais processados pela Transferwise de e para o Brasil já ultrapassam a marca dos R$ 20 bilhões.
Liderada no país por Heloísa Sirota, ex-Nubank, a operação brasileira da fintech movimenta mais envios internacionais do que a Caixa Econômica Federal, o quinto maior banco do Brasil em transações deste tipo.
O banco digital alemão N26, que atualmente prepara seu lançamento no Brasil, usa a funcionalidade de envios internacionais da Transferwise via API em outros mercados. Isso deve acontecer também no Brasil.
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Xerpa levanta aporte e planeja mais produtos
A fintech brasileira Xerpa, desenvolvedora de uma plataforma que permite sacar salário quando quiser, recebeu uma rodada Serie B de US$ 13 milhões, liderada pela Vostok Emerging Finance, que fica com uma participação minoritária e uma representação no board da startup. O Founders Fund, que foi o primeiro investidor institucional do Facebook e SpaceX, também investiu, bem como o cofundador do PayPal, Peter Thiel, e investidores existentes como a Kaszek Ventures, Redpoint e.ventures e QED. Planos incluem novos produtos financeiros nos próximos meses – a empresa já agregou algo similar a um empréstimo consignado em sua plataforma.
StartOut Brasil escolhe startups para imersão nos EUA
O StartOut Brasil, programa do governo de apoio à inserção de startups brasileiras em ecossistemas de inovação internacionais, escolheu 17 startups para participar do seu oitavo ciclo de internacionalização, uma imersão de cinco dias no ecossistema de Boston, Estados Unidos. Atividades previstas incluem visitas a aceleradoras locais, encontros de negócios e uma apresentação para possíveis investidores e parceiros. Startups participantes incluem a Pix Force, que desenvolve sistemas baseados em visão computacional, inteligência artificial e machine learning, e a Ubivis, que busca otimizar a operação industrial com Internet das Coisas (IoT).
Natura fomenta empreendedorismo feminino com evento global
A Natura receberá em sua sede em São Paulo amanhã (19) um evento gratuito que visa fomentar o empreendedorismo feminino e conectar fundadoras a investidores. Organizado pela aceleradora norte-americana Women’s Startup Lab, a Mostra Internacional de Empreendedorismo Feminino (WiSE 24), terá um painel com investidoras e debates sobre temas como minimum viable product e design thinking. Representantes de cinco startups farão um pitch, em inglês, direcionado aos investidores presentes e a participantes remotos do evento, que acontecerá em dez cidades no mundo e será transmitido online.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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