O Bradesco reservou R$ 2,7 bilhões para cobrir potenciais perdas de crédito causadas pela pandemia da Covid-19, o que levou a instituição financeira a registrar um resultado abaixo das estimativas dos analistas no primeiro trimestre.
O banco divulgou hoje (30) lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, de R$ 3,753 bilhões, queda de quase 40% em relação ao ano anterior e abaixo da estimativa média de analistas de R$ 5,975 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
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As provisões para perdas com empréstimos do banco aumentaram 86% em relação ao ano anterior, para R$ 6,708 bilhões, já que o Bradesco espera maior inadimplência por parte de consumidores e empresas que enfrentam os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.
O Bradesco agora possui um colchão de proteção total de R$ 5,1 bilhões para enfrentar um cenário econômico adverso, que pode levar a mais calotes, falências e perda de empregos.
Os ganhos comerciais do banco também foram atingidos por mercados mais voláteis e caíram 27,8% em relação ao ano anterior, para R$ 1,535 bilhão.
O retorno sobre o patrimônio líquido alcançou 11,7%, queda de mais de 9 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, como resultado de maiores provisões.
As medidas de quarentena impostas por governos na expectativa de frear o avanço do vírus tiveram efeito a partir de meados de março, portanto seu impacto nas operações bancárias do primeiro trimestre ainda foi limitado.
A carteira de empréstimos do Bradesco cresceu 5,1% em relação a dezembro, principalmente em empréstimos corporativos, uma vez que grandes empresas estavam com apetite por crédito, com receio de uma forte recessão provocada pelas medidas de isolamento.
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A receita de tarifas do Bradesco aumentou 2,6% em relação ao ano anterior, principalmente com conta corrente e taxas de corretagem.
O Banco Central do Brasil disse ontem (29) que os bancos podem precisar de cerca de R$ 70 bilhões em capital adicional para enfrentar maiores provisões para perdas com empréstimos, de acordo com o pior cenário de um teste de estresse.
Por conta da maior volatilidade dos mercados, o capital principal do Bradesco caiu para 10,3% no primeiro trimestre, queda de 1,7 ponto percentual ante os últimos três meses de 2019. (Com Reuters)
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