A semana começou com relatos estranhos em torno dos preços de petróleo. Um forte desencontro entre oferta e demanda, provocou um problema de estocagem em diversas regiões dos Estados Unidos. O descompasso foi tamanho que produtores chegaram a pagar para compradores retirarem os barris de petróleo, levando os contratos com vencimento em maio para o campo negativo.
Olhando para a demanda, com metade da população mundial vivendo sob alguma forma de isolamento, os consumidores desapareceram. Sejam eles pessoas físicas, meios de transportes ou indústrias.
Na parte da oferta, após 6 anos realizando acertos de corte de produção, membros da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) e a Rússia não entraram em um acordo. O que provocou retaliações da Arábia Saudita, aumentando sua produção e vendendo o barril de petróleo com bastante desconto para seus principais compradores.
Posteriormente, um acordo mais ambicioso, com ainda mais países, foi selado. O corte é de 9,7 milhões de barris por dia a menos. Em tempos normais, o impacto positivo no preço do petróleo seria imediato. No entanto, os relatos de excesso de estoque já começavam a surgir em diversas regiões. As estimativas apontam 25 milhões de barris sendo consumidos a menos por dia.
Esse desencontro derrubou os preços nessa semana, mas as ações da Petrobras foram menos afetadas. O motivo? Enquanto boa parte do mundo acompanhava relatos sobre compradores de petróleo, sem ideia de onde guardar barris, as ações estavam sem negociações por conta do feriado. Isso em território nacional, as ADR’s – American Depositary Receipt – negociadas nos EUA recuaram 3,5% ontem (21).
Entre a noite de ontem e o dia de hoje (22), surgiram 2 pontos que podem indicar uma oferta menor em breve, o que impulsiona a cotação da commodity.
1. Relatos de que a Opep está trabalhando para coordenar um novo corte de produção mundial.
2. Tom hostil utilizado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, instruindo sua Marinha para abater navios iranianos que ameacem navios dos Estados Unidos. O Irã é um importante produtor da região.
Por fim, vale ressaltar que a Petrobras tem boa parte de sua produção conectada ao mercado interno, o que a faz sentir levemente menos que seus concorrentes internacionais.
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