Ao enfrentarmos essa crise tripla, de saúde, econômica e social, surgem ainda mais dúvidas sobre em quais empresas devemos investir. Com tantas incertezas, temos de zelar ainda mais pela preservação do nosso patrimônio, pois estão em jogo nosso presente e parte do nosso futuro.
Investir em ações é se tornar sócio de uma empresa. Ao tomarmos decisões sobre investimentos, baseamos-nos em análises fundamentalistas, técnicas e quantitativas. Porém, em momentos de crise e de ruptura, os modelos tradicionais de análise perdem aderência. Neste momento, é importante avaliarmos a cultura da empresa e sua liderança. Algumas empresas estão mais capitalizadas, outras menos, mas empresas são, em última instância, feitas de pessoas, cultura e liderança.
No cenário atual, como avaliarmos empresas que estão com operações suspensas e que não sabem ao certo quando irão retomá-las?
Naturalmente, o foco no curto prazo é a liquidez, mas é nesse momento que as grandes empresas, as empresas com liderança e cultura fortes se reinventam. Preparam-se para sair mais fortes. A experiência e, principalmente, a intuição de seus líderes tornam-se essenciais.
Em uma conversa minha com Fabio Faccio, CEO da Renner, ele fez uma comparação interessante com o esporte: “No momento da tempestade, abaixam-se as velas, navega-se na inércia e protege-se a tripulação. Passada a tempestade içam-se as velas e se usa todo potencial do barco e da tripulação para recuperar parte do tempo perdido”.
Empresas com liderança e cultura sólidas tem mais capacidade de se adaptar a mudanças. Na Renner, por exemplo, o processo de desenvolvimento de produtos e coleções demorava cerca de 4 semanas. Na crise, buscando apoiar o sistema hospitalar, em apenas 3 dias, a equipe de designers desenvolveu EPIs como aventais e máscaras. Já foram produzidas mais de 1,3 milhão de unidades, em parceria com a Fitesa e a Braskem. É um aprendizado que leva para o futuro. A empresa está usando a força do seu balanço para suportar pequenos fornecedores. Decidiu não demitir seus mais de 20.000 funcionários. O e-commerce que já era uma prioridade absoluta antes de crise, mais do que nunca, provou ser uma aposta correta.
Muitas outras empresas, de diversos segmentos, estão usando sua forte cultura para se readaptarem. Existem diversas ferramentas de análise, mas a qualidade da liderança e do time que fazem a diferença neste momento. Um comandante experiente e uma equipe alinhada são chaves para atravessar uma tormenta e recuperar o tempo perdido quando os ventos acalmarem. Escolha um grande líder e uma forte cultura para serem seus sócios.
Claudia Ramenzoni Izzo é Head do B2C da RB Investimentos, diretora financeira da ABEFIN – Associação Brasileira de Educadores Financeiros e coautora do livro: “Independência Financeira ao Alcance das Mãos”.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.