Toda vez que os indicadores de PIB chineses são apresentados ao público surge uma discussão: o quanto podemos confiar no que foi apresentado? O debate é tão grande, que economistas ao redor do mundo criaram instrumentos para “conferir” a veracidade. Imagens da Nasa sobre poluição, utilização de carvão, imagens de satélite sobre entrada e saída de caminhões de fábrica, a lista é realmente extensa.
No entanto, conseguimos auferir alguns pontos do PIB da China. A economia chinesa se contraiu pela primeira vez desde pelo menos 1992 no 1º trimestre, quando a pandemia do coronavírus fechou fábricas e manteve milhões confinados em seus lares. O PIB caiu 6,8% na comparação anual, e 9,8% na comparação com o último trimestre.
As projeções do mercado eram de uma contração mais forte, 8,3% na comparação anual e 9,9% na trimestral. O governo local reagiu afirmando que anunciará novas medidas para estimular a demanda doméstica.
Essa resposta parece algo positivo, mas dificilmente veremos a segunda maior economia reagindo por esse canal em 2020. Também foram apresentados semana passada dados de março, e os indicadores da China não apresentaram a reação esperada com a reabertura da economia. As vendas no varejo sofreram uma queda de 15,8% na comparação anual, após uma baixa de 20,5% nos primeiros dois meses do ano. No entanto, o indicador veio acima dos 8% projetados, mostrando a dificuldade do governo em convencer as pessoas a voltarem para as ruas. Esse canal dificilmente será reaquecido rapidamente.
Importante conectar com a notícia de que pais dinamarqueses estão se recusando a enviar os filhos para a escola, enquanto o país inicia a reabertura da economia. Provavelmente veremos o mesmo comportamento dos 2 países em nível global.
Assim, resta a China regressar ao estímulo econômico via investimentos. Nesse canal sim, o país tem espaço para incentivar uma retomada mais rápida. O comando federal instrui governos regionais a se endividarem mais, esquecerem metas financeiras, e tocarem projetos de infraestrutura. Além de orientar fábricas domésticas a retomar a produção. Em março, a produção industrial chinesa caiu 1,1%, após um declínio de 13,5%, melhor que a queda esperada por investidores de 7,5%.
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