Quando olhamos para a agenda da semana passada, não existiam muitos eventos promissores pela frente. Embora o caos político brasileiro e a distorção no mercado de petróleo tenham feito a semana memorável. Ao olharmos a agenda desta, vemos decisões importantes de política monetária, dados relevantes de PIB que já contemplam efeitos do coronavírus, além de desdobramentos da nova crise política brasileira.
Após o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, ser mais um a renunciar ao cargo, a instabilidade política se insere de vez no governo atual. Por enquanto, devemos ter apenas pesquisas de menor abrangência no radar, mas vale ficar atento a qualquer informação que apareça pontual sobre o efeito da grande figura da Lava Jato sair do governo. A grande dúvida atual é o quanto o eleitor de Jair Bolsonaro é Lava Jato antes de ser apoiador do presidente. E o quanto essa relação foi desgastada.
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Na parte da agenda econômica doméstica, veremos dados de Confiança da FGV renovando mínimas históricas. Se em março observamos uma forte tendência de piora na parte de perspectivas, agora vale a pena ficar atento ao componente de situação atual.
Teremos o IPCA-15 do mês de abril, que tem tudo para mostrar dados perto do campo deflacionário, retratando efeitos da desaceleração econômica e em algum ponto do choque do petróleo. Também interessante, do outro lado, conferir se o câmbio teve algum impacto pontual.
Finalizando a agenda interna, teremos dados de mercado de trabalho do mês de março. Ainda é provável que os dados fiquem distantes dos diversos relatos de associações que estão surgindo nos jornais, mas vale acompanhar os dados oficiais.
No exterior, destaque para os Estados Unidos com decisão de política monetária e PIB do primeiro trimestre. Embora não esperem um novo corte de juros, neste momento qualquer informação da principal autoridade monetária do mundo é extremamente relevante, e faz muito preço em ativos pelo mundo inteiro.
Os dados do PIB norte-americano ainda não contemplam muitos dias com o país paralisado, mas já vão ser amplamente utilizados como parâmetros em projeções sobre os impactos do coronavírus nas economias mundiais. Aqui vale um parênteses, embora já tenhamos em mãos dados chineses, analistas sempre olham os indicadores da 2ª maior economia do mundo com desconfiança.
Na zona do Euro, também teremos dados de atividade, aqui contemplando mais dias de isolamento. Veja que economistas já poderão usar a lógica, “se em x dias a economia contraiu tanto, até o relaxamento das medidas deve ter contraído y”.
Dados de desemprego de março do bloco também devem entregar impactos ferozes na região.
Por fim, a decisão de política monetária do Banco Central Europeu não deve trazer mudanças em taxas, mas pode trazer informações preciosas das autoridades sobre o que estão enxergando de efeito na região. Lembrando que na última reunião, a presidente da instituição, Christine Lagarde, utilizou o evento para cobrar governos a realizarem expansões fiscais. Algo que foi parcialmente atendido, sua avaliação certamente estará presente no evento da semana.
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