O dólar reverteu a queda de mais cedo e passou a mostrar firme alta ante o real hoje (29), com o mercado dando sequência a uma correção depois de a moeda perder mais de 8% em seis pregões, enquanto operadores avaliavam perspectivas sombrias para a economia doméstica em dia de expectativa sobre as relações EUA-China.
Dados da economia brasileira vieram em linha com o esperado, mas ainda assim endossaram preocupações sobre o desempenho à frente da economia, num contexto de agravamento da pandemia no país e de constantes embates do lado político que acabam abalando a confiança dos investidores.
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Dos números de hoje, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro contraiu 1,5% no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, maior queda nessa base de comparação em cerca de cinco anos. E a dívida bruta saltou a 79,7% do PIB em abril, um recorde.
Às 10:51, o dólar avançava 0,64%, a R$ 5,4206 na venda. A cotação oscilou entre queda de 0,89% (a R$ 5,3379) e alta de 0,98% (para R$ 5,4390). A volatilidade em dia de definição da Ptax de fim de mês também influenciava os negócios.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez subia 0,24%, a R$ 5,4305, após cair a R$ 5,3420 na mínima da sessão.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de quase 2%, a mais forte em três semanas.
“O real foi a moeda de pior desempenho no universo emergente, provavelmente pressionada pela preocupação mais ampla dos investidores sobre a capacidade da moeda de dar sequência ao recente desempenho superior em meio à deterioração da história local”, disseram estrategistas do Morgan Stanley.
O colapso na economia esperado para este ano tem mantido expectativas de que o Banco Central volte a cortar juros, e na véspera o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, destacou que a ferramenta de política monetária não está esgotada.
Juros mais baixos reduzem o retorno dos investimentos brasileiros, o que desestimula entradas de capital considerando que outros países emergentes têm taxas de juros mais elevadas que o Brasil.
Campos Neto também disse que o BC seguirá com a mesma política de atuação no câmbio que vinha adotando até então, esfriando expectativas de intervenções mais agressivas no mercado.
O foco nesta sessão se volta agora para a reação do presidente norte-americano, Donald Trump, à pressão chinesa para impor lei de segurança nacional em Hong Kong. Trump fará coletiva de imprensa a esse respeito hoje, e os índices de ações em Wall Street abriram em baixa em meio aos temores de um acirramento nas tensões entre as duas maiores economias do mundo. (Com Reuters)
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