O dólar engatou a sexta queda consecutiva hoje (27), fechando no menor patamar desde meados de abril, com o real destoando dos principais pares emergentes e liderando ganhos nos mercados globais de câmbio conforme investidores seguiram desmontando posições em meio a ajustes de fim de mês.
O dólar à vista caiu 1,44%, a R$ 5,2828 na venda. É o menor patamar desde 17 de abril (R$ 5,2359). Em seis pregões, o dólar spot caiu 8,30%, maior queda para o período desde a série de seis sessões encerrada em 6 de janeiro de 2009 (- 9,52%), quando o mundo tentava emergir do estouro da crise financeira no ano anterior.
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Na mínima desta quarta, a cotação caiu 1,66% (para R$ 5,2708) e, na máxima, teve variação positiva de 0,03%, a R$ 5,3616.
Na B3, o dólar futuro recuava 1,31%, a R$ 5,2865, às 17h09.
Operadores citaram maior influência nos negócios de operações de rolagens de contratos futuros, típicas de fim de mês, num período em que também ganha força a “disputa” pela Ptax, com comprados e vendidos em dólar puxando a moeda para patamares mais convenientes a suas posições.
A taxa de rolagem entre os vencimentos junho e julho na B3 chegou a tocar 6,6 pontos nesta quarta-feira, bem abaixo de patamares em torno de 8 pontos marcados no mesmo período do mês passado. Na prática, menor taxa de rolagem indica menor demanda por manutenção de posições na moeda, o que pode indicar menor convicção em apostas favoráveis ao dólar.
Mantido o movimento atual, o dólar caminha para fechar maio em queda, o que seria o primeiro mês de baixa em 2020. A divisa acumula desvalorização de 2,85% em maio. Ante a máxima recorde nominal – de R$ 5,9012, alcançada no último dia 13 -, a moeda tem depreciação de 10,48%.
O movimento tem ocorrido em meio a alguma melhora no fluxo cambial líquido, que está positivo em US$ 2,466 bilhões no mês até dia 22, tendo como pano de fundo percepção de alívio na cena política doméstica e maior otimismo no exterior.
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Apesar da descompressão no câmbio, analistas do Deutsche Bank seguem vendo a moeda na casa de R$ 6 no curto prazo, em parte pelo entendimento de que tensões políticas permanecerão no radar num contexto de agravamento da pandemia no Brasil.
No curto prazo, os profissionais apontam a questão fiscal, a política monetária acomodatícia e a “quase completa ausência de crescimento” como fatores contrários ao real. “E o crescente ruído político nos leva a esperar que o dólar negocie entre R$ 6 e R$ 6,5, antes de voltar para R$ 5,5, quando as tensões políticas diminuírem”, disseram analistas em nota. (Com Reuters)
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