O dólar teve mais um dia de forte queda hoje (21), renovando mínimas desde o começo do mês num pregão de fraqueza da moeda norte-americana ante divisas emergentes próximas do real e de noticiário doméstico mais tranquilizador.
“O prêmio de risco está caindo hoje devido à redução do ruído político após a reunião [de Jair Bolsonaro] com os governadores”, disse um gestor.
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No encontro desta quinta, onde estavam também os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Bolsonaro pediu e recebeu dos governadores o apoio ao veto à possibilidade de reajuste salarial a categorias de servidores públicos. Maia elogiou a postura respeitosa e o tom amistoso entre o presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na videoconferência.
Os embates políticos entre Bolsonaro e governadores – e recentemente até mesmo com o presidente da Câmara – elevaram as tensões no mercado por sinalizarem falta de consenso que poderia atrasar a recuperação econômica pós-pandemia e a volta de discussões sobre ajuste fiscal.
O mercado também citou declarações de ontem (20) feitas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como fator de suporte ao câmbio. Em live, ele afirmou que a autarquia poderá aumentar sua atuação no câmbio se considerar necessário. Campos Neto comentou ainda sobre política fiscal e juros, e suas frases a respeito foram entendidas como recado de que a Selic não poderia cair muito mais em caso de deterioração ainda maior das contas públicas.
“A fala de Roberto Campos Neto ainda reforça postura agressiva do BC frente ao câmbio em meio à crise”, disse a Guide Investimentos em nota.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,89%, a R$ 5,5824 na venda, menor patamar desde 4 de maio (R$ 5,5224).
Na véspera, a cotação já havia cedido 1,23%. É a terceira firme queda do dólar em quatro sessões.
Na B3, o dólar futuro desvalorizava 2,22%, a R$ 5,5700, às 17h38.
No exterior, o dólar perdia 1,3% contra o peso mexicano, 1,2% ante a moeda da Colômbia e 1,8% frente ao rand sul-africano. O novo dia de valorização das commodities deu gás a ativos de países exportadores de matérias-primas, com destaque para os mercados da América Latina. (Com Reuters)
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