A Klabin teve prejuízo líquido de R$ 3,14 bilhões no primeiro trimestre, resultado negativo bem acima do esperado pela média de projeções do mercado, impactado pela forte desvalorização do real contra o dólar que atingiu a linha de variação cambial e gerou perda bilionária com derivativos atrelados a financiamentos.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Klabin foi de R$ 1,03 bilhão no primeiro trimestre, ante expectativa média de analistas de R$ 963 milhões apurada pela Refinitiv, que indicava prejuízo líquido de R$ 1,67 bilhão no período.
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A Klabin, que produz papel para embalagens e celulose, afirmou que os impactos da Covid-19 em suas operações obrigaram o adiamento de paradas de manutenção de duas fábricas (Monte Alegre-PR e Correia Pinto-SC) de entre maio e junho para agosto, por causa de restrições ao fluxo de matérias-primas e de pessoas.
A companhia também afirmou no balanço que iniciou a reintegração de cerca de 500 trabalhadores por semana nas obras de expansão de seu complexo fabril no Paraná (Puma 2), mas que a retomada integral do projeto orçado em R$ 9,1 bilhões dependerá da avaliação da companhia sobre a situação da epidemia no Estado, algo que deve ocorrer “nas próximas semanas”.
Por ora, a Klabin afirmou que não espera que impactos no custo total do projeto de expansão, que prevê instalação de duas máquinas de papéis para embalagens com capacidade de produção anual de 920 mil toneladas, “considerando um cenário de reabertura da economia nas próximas semanas”.
A Klabin terminou o primeiro trimestre com relações de dívida líquida sobre Ebitda de 4,7 vezes, em reais, e de 3,7 vezes em dólares, em reais. Um ano antes as alavancagens eram de 3 e 2,9 vezes, respectivamente.
A companhia afirmou que o resultado financeiro líquido ficou negativo em cerca de R$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre, com despesas de R$ 3,4 bilhões com variação cambial e de R$ 1,7 bilhão relativos à marcação a mercado de swaps de taxas de juros, que são atrelados a financiamentos contratados em reais.
No trimestre passado, as vendas em volume de Klabin subiram 8% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto a receita líquida cresceu 4%.
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O chamado “custo caixa” de produção de celulose R$ 693 por tonelada de janeiro a março, queda anual de 3,7%. Porém, no quarto trimestre a conta havia sido de US$ 687 por tonelada. Em dólares, o valor do primeiro trimestre foi de 155 e o de um ano antes foi de 191.
Já o custo caixa total, que inclui todos os produtos da Klabin, foi de R$ 1.818 por tonelada, excluindo paradas de manutenção, queda de 4% sobre um ano antes. (Com Reuters)
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