As especulações se confirmaram: o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, afirmou que o governo não fixará uma meta para o PIB deste ano por conta da pandemia do novo coronavírus. Algo que não ocorria desde 1994.
No primeiro trimestre de 2020, a China reportou sua primeira contração econômica em mais de quatro décadas, recuando 6,8% ante um ano antes.
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Como contraponto, as autoridades aumentaram de 2,8% para 3,6% a meta de déficit fiscal. Para completar, aumentarão de 2,15 trilhões de yuans para 3,75 trilhões de yuans (US$ 527 bilhões) a permissão de endividamento especial de governos locais.
A ideia é utilizar os novos recursos em projetos de infraestrutura, apoio a empresas e regiões afetadas mais severamente. As estimativas da Reuters apontam que o estímulo total será em torno de 4% do PIB.
Por fim, foi divulgado que os estímulos monetários serão mais flexíveis em 2020. Pequenas e médias empresas podem postergar o pagamento de empréstimos e juros por nove meses, até março de 2021, o que deve estimular o empréstimo pelos grandes bancos em 40% (pelas estimativas do governo).
Se pensarmos no Brasil, projetos de infraestrutura historicamente acabam nos beneficiando, já que a China importa matéria-prima nossa para construir em seu território. Ou seja, as novas medidas chinesas podem representar uma boa notícia para o Brasil.
Porém, vale ficar atento a um ponto que está diretamente relacionado à Austrália. Mas como o país dos cangurus entrou nessa análise? Ele compete com o Brasil no fornecimento de diversos produtos aos chineses.
A China adotou, nos últimos dias, uma postura mais dura ante a Austrália em função do pedido de investigação sobre a origem do novo coronavírus.
O país vai alterar suas regras de inspeção alfandegária para o minério de ferro australiano, favorecendo diretamente o Brasil. Também suspendeu a importação de carne bovina de algumas fábricas australianas.
Com tantos episódios no Brasil que desgastaram a relação com a China, vale ressaltar a oportunidade de comércio que surge e, principalmente, a importância de tomar mais cuidados nas relações internacionais.
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