A Votorantim, uma das maiores holdings diversificadas do Brasil, registrou um prejuízo líquido de R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre, revertendo um lucro de R$ 4,4 bilhões um ano antes, uma vez que a desvalorização do real fez com que aumentassem os custos de serviço da dívida.
Os resultados do trimestre também foram atingidos por uma baixa contábil de US$ 485 milhões, devido à redução das expectativas de geração de caixa para a mina de zinco Cerro Pasco da unidade Nexa Resources, no Peru, informou a Votorantim em comunicado.
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A dívida líquida da Votorantim – grande parte denominada em dólares – subiu mais de 60%, encerrando março em R$ 16,2 bilhões. Isso equivale a 3,55 vezes o lucro ajustado antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), acima de um múltiplo de 1,95 em dezembro.
As unidades da holding Votorantim Cimentos e Nexa também decidiram sacar linhas de crédito rotativo totalizando US$ 500 milhões. A Votorantim Cimentos usou os recursos para pagar antecipadamente títulos de divida externa e estender seus vencimentos de dívida. A Nexa, sediada em Luxemburgo, aumentou sua posição de caixa para ajudar a enfrentar a pandemia de coronavírus.
O diretor financeiro da Votorantim, Sergio Malacrida, disse que o índice de endividamento deve cair até o final do ano, já que um real mais fraco tenderá a favorecer a maior parte das vendas do grupo nos próximos trimestres. Ainda assim, ele se recusou a fornecer uma estimativa, pois as consequências do surto de vírus sobre a demanda permanecem incertas.
Ainda assim, as receitas do primeiro trimestre da Votorantim aumentaram 2% em relação ao ano anterior, para R$ 6,8 bilhões, com o aumento nas vendas de cimento e uma moeda brasileira mais fraca compensando os preços mais baixos do metal.
Malacrida disse que as operações no Peru e na Argentina, que foram parcialmente interrompidas no primeiro trimestre devido ao bloqueio relacionado ao coronavírus, estão sendo retomadas. (Com Reuters)
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