O dólar passava a cair contra o real hoje (25) à medida que os investidores reagiam a dados melhores do que o esperado sobre os Estados Unidos, ofuscando temores em relação a uma segunda onda de coronavírus.
Depois de um dia turbulento para ativos arriscados na sessão anterior, o sentimento de risco dos investidores havia amanhecido fraco hoje, já que uma alta nos casos de Covid-19 em várias áreas dos Estados Unidos causou temores sobre uma segunda onda da doença, que poderia provocar a volta de bloqueios econômicos prejudiciais.
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Mas dados sobre os Estados Unidos pareciam acalmar os nervos dos mercados, com as novas encomendas do núcleo de bens de capital se recuperando mais do que o esperado em maio e o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre ficando em linha com as expectativas.
“Os dados, em certa medida, estão diminuindo as preocupações que a gente viu com o aumento de casos de coronavírus nos EUA, ajudando a reduzir temores sobre uma recuperação mais lenta”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.
Às 10:25, a moeda norte-americana recuava 0,76%, a R$ 5,2840 na venda, depois de ter subido com força na abertura da sessão. O dólar futuro de maior liquidez tinha perdas de 1,30%, a R$ 5,280.
Ainda assim, as consequências econômicas da pandemia nos EUA persistem. A demanda fraca está forçando os empregadores norte-americanos a demitirem trabalhadores, mantendo o número de novos pedidos de auxílio-desemprego extraordinariamente alto mesmo com a reabertura das empresas.
Hoje, moedas emergentes ou ligadas a commodities, como peso mexicano, dólar australiano, lira turca e rand sul-africano, mostravam comportamento misto contra a divisa norte-americana.
Enquanto isso, no Brasil, o Banco Central piorou sua projeção para o PIB em 2020 a uma retração de 6,4%, ante crescimento zero calculado em março, refletindo o impacto profundo da crise do coronavírus na atividade.
Na política, o Senado aprovou ontem o projeto que atualiza o marco legal do saneamento básico, tema polêmico que ganhou força diante da crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Segundo Luciano Rostagno, a aprovação com folga renova as esperanças de que o país poderá retomar a agenda de reformas, o que pode tornar o Brasil mais atraente para os investidores.
O fraco desempenho econômico brasileiro, somado a incertezas políticas locais e a um cenário de juros baixos, tem sido apontado por analistas como fator de impulso para o dólar, que acumula ganho de mais de 30% contra o real em 2020.
Na última sessão, o dólar à vista teve ganho de 3,33%, a R$ 5,3246 na venda, maior valorização percentual diária desde 18 de março.
Neste pregão, o Banco Central ofertará até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em novembro de 2020 e fevereiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes. (Com Reuters)
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