O dólar recuava contra o real na manhã de hoje (19), acompanhando o movimento de recuperação dos ativos de risco no exterior em meio a esperanças de uma retomada econômica global, mas ainda caminhava para registrar ganhos semanais.
Às 10:21, a moeda norte-americana recuava 0,20%, a R$ 5,3605 na venda. Na mínima do dia, a divisa foi a R$ 5,3240. O dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 0,57%, a R$ 5,3535.
O dia era de força na maioria dos ativos arriscados, com os futuros de Wall Street, as bolsas de valores europeias e os principais pares do real registrando ganhos.
“Hoje é um dia muito positivo para os ativos de risco”, disse Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, em live hoje, citando expectativa em relação às negociações sobre a aprovação de um fundo de recuperação na União Europeia e otimismo sobre o acordo comercial entre Estados Unidos e China.
Os líderes da União Europeia iniciaram o processo de aprovação de um pacote de estímulo sem precedentes para suas economias devastadas pelo coronavírus, considerando uma proposta da Comissão da UE no valor de € 750 bilhões.
Na frente comercial, o diplomata sênior dos Estados Unidos para a Ásia Oriental disse ontem (18) que a China se comprometeu a seguir com a Fase 1 do acordo com a maior economia do mundo.
Ainda assim, analistas apontavam riscos para esta sessão, a primeira de queda do dólar contra o real em 8 pregões. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovou ontem sua ameaça de cortar laços com a China, enquanto, no Brasil, incertezas políticas seguem no radar.
Depois de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), ter sido preso na véspera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ele não estava foragido e foi alvo de uma prisão “espetaculosa” como se fosse “o maior bandido da face terra”. A prisão de Queiroz foi apontada por analistas como fator de impulso para a aversão a risco, e, consequentemente, para o dólar.
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Depois de ter chegado a ficar abaixo dos R$ 5 no início do mês, o dólar já recuperou terreno, operando perto da marca de R$ 5,30. Há pouco mais de um mês, a divisa norte-americana havia saltado a máximas recordes próximas dos R$ 6.
“Em meio ao cenário de instabilidade promovido pela pandemia, a instabilidade cambial é um fator adicional de dificuldade para a retomada da atividade econômica”, disseram em nota analistas da Infinity Asset.
“Ainda assim, o papel do Banco Central deve se limitar a corrigir distorções, algo do qual ele se ausentou até praticamente o real se desvalorizar a quase R$ 6 por dólar.”
O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em alta de 2,10%, a R$ 5,3715 na venda. Na semana, o dólar acumula ganho de cerca de 5,5% contra o real. (Com Reuters)
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