O dólar registrava perdas contra o real hoje (29) devido ao reajuste de posição dos investidores após fortes ganhos para a moeda norte-americana na semana passada, também refletindo o fim de semana calmo para a política brasileira.
Às 11:10, o dólar recuava 0,38%, a R$ 5,4446 na venda. Na mínima do dia, o dólar foi a R$ 5,3929 na venda. O dólar futuro de maior liquidez operava em queda de 0,88%, a R$ 5,4365.
Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, disse à Reuters que o movimento desta sessão é um ajuste depois das fortes perdas registradas pela moeda norte-americana na última sexta-feira (26) devido a temores sobre uma segunda onda de Covid-19, quando o dólar spot registrou ganho de 2,58% contra o real, a R$ 5,4652 na venda.
Além disso, “a gente inicia a semana com alguns indicadores mostrando recuperação, e os investidores vendo o copo ‘meio cheio'”, completou.
A recuperação da confiança econômica na zona do euro se intensificou em junho após retomada modesta em maio, com melhora em todos os setores, mostraram dados da Comissão Europeia hoje, enquanto, no Brasil, a confiança da indústria mostrou forte recuperação.
Segundo analistas da Infinity Asset, o contexto atual está baseado em movimentos meramente pontuais devido à incerteza gerada pela pandemia. “Os investidores constantemente se veem frente ao dilema de responder à (oferta histórica de) liquidez ou à realidade do cenário, o qual em todos os pontos de vista é muito ruim”, explicaram em nota.
No lado dos riscos negativos, os mercados citavam a alta nos casos de Covid-19 nos Estados Unidos nos últimos dias após a reabertura econômica de várias regiões do país, enquanto o total global de mortes pela doença superou 500 mil óbitos.
Enquanto isso, no cenário local, o fim de semana foi mais calmo para a política brasileira, uma vez que não houve grandes manifestações no país e o presidente Jair Bolsonaro não deu declarações públicas.
“Bolsonaro parece ter adotado posição mais tranquila, tentando negociar com o centrão e amenizando o clima político”, disse Denilson Alencastro. No entanto, isso “não significa trégua definitiva” para a política ou para o real, acrescentou.
No acumulado de 2020, o dólar tem alta de cerca de 35% contra a moeda brasileira, impulsionado pelo cenário de juros baixos, incertezas políticas e econômicas.
“Por conta do diferencial de juros que a gente tem, é difícil justificar colocação no Brasil no que diz respeito à renda fixa”, disse Alencastro, ressaltando que, daqui para frente, o crescimento “tem uma importância bem considerável no que veremos no preço da moeda (dólar) nos próximos períodos”.
Hoje, o Banco Central fará leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Inscreva-se no Canal Forbes Pitch, no Telegram, para saber tudo sobre empreendedorismo.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.