O dólar fechou perto da estabilidade ante o real hoje (25), mas não sem antes experimentar intensa volatilidade, em sintonia com o vaivém de preços em outras praças, reflexo de persistentes dúvidas de investidores sobre a pandemia e seus efeitos econômicos.
O dólar interbancário teve variação positiva de 0,06%, a R$ 5,3278 na venda.
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A moeda começou o dia em alta de 1%, perdeu fôlego até bater a mínima da sessão por volta de 10h15. Depois retomou pique, alcançou novo pico no meio da tarde para na sequência voltar a ceder terreno.
A cotação oscilou entre alta de 1,06% (para R$ 5,381) e queda de 1,07% (a R$ 5,2675). Na B3, o dólar futuro tinha baixa de 0,18%, a R$ 5,3400, às 17h02.
O aumento de casos de coronavírus em alguns Estados norte-americanos, o anúncio por outros Estados dos EUA de restrições a viajantes dessas regiões e ruídos do lado comercial entre EUA e Europa mantiveram investidores na defensiva, com incertezas sobre se a recuperação econômica pós-pandemia será de fato rápida como se espera.
A expectativa de acelerada retomada dos negócios embasou o rali de mercados de risco nas últimas semanas.
No Brasil, perspectivas sombrias para a economia e as contas públicas também pesam, diminuindo a atratividade do real.
Estrategistas do Bank of America disseram em nota que muitos investidores com os quais conversaram estão vendidos em juros de curto e médio prazos, com “menos convicção de assumirem posição comprada em real na margem” e que há uma “clara” preferência por peso mexicano ante real devido aos riscos políticos no Brasil e das crescentes incertezas fiscais.
Dados da CFTC, agência do governo dos EUA que regula mercados de futuros e opções, mostram que especuladores sustentaram ao fim da semana passada, segundo dados mais recentes, posição líquida comprada em peso mexicano no montante de 22.106 contratos. Já com relação ao real a posição líquida era vendida (ou seja, apostando na queda da divisa brasileira) em 12.470 contratos.
O real perde 9,8% ante o peso mexicano em 2020. O México cortou os juros para 5% nesta quinta-feira, com incertezas sobre o espaço para mais reduções. Já no Brasil a taxa Selic está em 2,25% ao ano, e mais cedo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que ainda há espaço para atuação via política monetária.
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Sobre o câmbio, Campos Neto reconheceu que a volatilidade no Brasil está um pouco maior, mas afirmou que isso não significa que está piorando consistentemente.
A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses –uma medida do grau de incerteza sobre a taxa de câmbio– estava em 20,8% ao ano nesta quinta, de longe a mais alta entre as principais divisas emergentes. A volatilidade implícita para o peso mexicano estava em 16,3%. (Com Reuters)
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