O dólar operava em queda acentuada contra o real hoje (2), devolvendo os ganhos da véspera em meio a otimismo global em relação a uma recuperação econômica, ainda que as tensões políticas em Brasília e nos Estados Unidos continuem no radar.
Às 10:06, a moeda norte-americana recuava 1,30%, a R$ 5,3141 na venda. Na mínima do dia, a divisa norte-americana foi a R$ 5,2960, queda de 1,64%. Na B3, o dólar futuro caía 1,05%, a R$ 5,31855. O dólar à vista havia fechado o pregão da véspera em alta de 0,82%, a R$ 5,3843 na venda.
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A sessão de hoje era marcada pelo apetite por risco no exterior, uma vez que a reabertura gradual das principais economias e a desaceleração da curva de contágio por Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos elevavam as esperanças de recuperação ante a crise atual.
Outras divisas arriscadas mostravam movimento semelhante ao do real, acompanhando o sentimento otimista, com dólar australiano, peso mexicano, rand sul-africano e lira turca subindo com força ante a moeda norte-americana.
“Mesmo com (toda a inquietação social nos Estados Unidos), os investidores focam a atenção aos ciclos de reabertura e retomada da atividade econômica em diversas localidades e os possíveis efeitos no curto prazo, principalmente no verão do hemisfério norte”, escreveram analistas da Infinity Asset.
Na maior economia do mundo, os investidores pareciam deixar de lado momentaneamente os protestos violentos em resposta ao assassinato de um homem negro por um policial branco, que vêm a assolando diversas cidades norte-americanas.
Mas, segundo a Infinity, a agitação política deve continuar no radar dos mercados no curto prazo, nos EUA e no Brasil. “Eis que novamente a política exerce poder sobre o mercado e, tanto aqui quanto nos EUA, deve ser o foco nas próximas semanas, devido ao imbróglio político local e à série de protestos que podem enfraquecer (o presidente dos EUA, Donald) Trump.”
No Brasil, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou na noite de ontem (1) o pedido feito por partidos políticos para que o telefone celular do presidente Jair Bolsonaro fosse apreendido no âmbito do inquérito que investiga se ele tentou interferir politicamente na Polícia Federal, e fez um alerta ao presidente de que descumprir ordens judiciais implica em crime de responsabilidade.
As tensões recentes entre os poderes Executivo e Judiciário foram apontadas por analistas como fator de impulso para o dólar, que acumula alta de mais de 30% contra o real em 2020. As incertezas políticas, somadas a um ambiente de juros baixos e crescimento fraco, prejudicam as perspectivas de investimento estrangeiro no Brasil.
Ainda assim, a moeda norte-americana já teve perdas significativas desde que ficou a poucos centavos de bater a marca de R$ 6, em meados de maio.
Neste pregão, o Banco Central ofertará até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes. (Com Reuters)
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