O dólar operava com volatilidade ante o real hoje (4), depois de ter chegado a cair mais de 1% nos primeiros minutos de negociações, com os investidores ajustando suas posições e reagindo a anúncios de mais estímulo econômico na zona do euro.
Às 10:29, a moeda norte-americana avançava 0,06%, a R$ 5,0890 na venda. Na B3, o contrato mais líquido de dólar futuro ganhava 0,34%, a R$ 5,0885. Nos primeiros minutos do pregão, o dólar spot caiu à minima intradia de R$ 5,0254 na venda, perda de quase 1,2%, antes de recuperar terreno. Na máxima, a moeda norte-americana foi a R$ 5,1415, alta de 1,08%.
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“Eu acho que está havendo uma realização”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.
“Hoje teve o BCE anunciando aumento no seu programa de compras de ativos, e tudo isso é bom para os mercados e favorece uma abertura positiva, mas temos que reconhecer também que os mercados andaram muito nos últimos dias. É natural que haja realização, ainda mais com bastante incerteza no horizonte, aqui e lá fora.”
Hoje, o Banco Central Europeu intensificou seu programa de estímulo para impulsionar a economia da zona do euro, aumentando o tamanho do seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica em € 600 bilhões, para € 1,35 trilhão.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, dados mostraram que o número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego caiu abaixo de 2 milhões na semana passada pela primeira vez desde meados de março.
Apesar das notícias positivas, ativos arriscados — como as ações europeias e moedas de países emergentes — operavam em território negativo, após um forte rali esta semana.
No Brasil, as atenções seguem no noticiário político, de olho nos desdobramentos relacionados aos desentendimentos entre os poderes.
Ontem (3), o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei que extingue o fundo de reservas monetárias, mas vetou a destinação desses recursos –estimados em mais de R$ 8,6 bilhões — para o combate ao coronavírus, surpreendendo deputados, segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Em meio a um cenário de incerteza política, crescimento fraco e juros em mínimas históricas, o dólar já acumula alta de cerca de 27% contra o real em 2020. Mesmo assim, já registrou várias perdas nas últimas semanas desde que ficou a poucos centavos de superar R$ 6 em meados de maio.
Para analistas, o futuro da moeda ainda é incerto, e muitos descartam uma recuperação definitiva do real. Luciano Rostagno disse que acha “difícil ver o real sendo negociado abaixo do patamar de R$ 5 por dólar por um período prolongado de tempo. No curto prazo ainda há muita incerteza, que deve impedir a moeda de cruzar esse nível de forma sustentável”.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 2,38%, a R$ 5,0862 na venda.
O Banco Central ofertará hoje até 12 mil contratos de swap tradicional para rolagem com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021.
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