Para quem nunca fez uma projeção macroeconômica na vida, segue a receita. Os economistas definem de qual indicador querem saber o comportamento futuro com antecedência, seja ele PIB, produção industrial, vendas no varejo e inflação, entre outros. Depois, eles separam alguns possíveis indicadores, que possam explicar previamente o comportamento dos anteriores. Respeitando a regra de serem divulgados anteriormente no mês/trimestre.
A partir desse ponto, a trajetória segue inúmeras ramificações. Usualmente, as pessoas acompanham coletas diárias de preços para prever a inflação mensal, por exemplo.
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Talvez a mais comum sejam as disputas eleitorais. Pessoas acompanham as pesquisas de Ibope, Datafolha e outros ao longo do período pré-eleitoral. Essas podem ser feitas nacionalmente, por estados, em apenas algumas parcelas da população. Ao trabalhar econometricamente você chega próximo ao nível que se concretiza.
Estamos vendo adaptações dessas ferramentas para estimular o “pico” do contágio do coronavírus nos países.
Voltando para a novidade, o fluxo nas estradas brasileiras vem aumentando. Nos gráficos que ilustram este texto vemos que tanto a Ecorodovias como a CCR mostram que durante abril tivemos a maior queda do fluxo quando comparado ao mesmo período de 1 ano atrás. Ao longo de maio o fluxo também estava menor, mas em uma magnitude menor que abril. Até que chegamos ao mês de junho, em que a movimentação continua menor, mas bem mais próximo do que estaria em tempos normais.
Conectando com o início do texto, economistas acompanham o fluxo de veículos pesados (caminhões e afins) para estimar a produção industrial. O raciocínio é que se temos mais caminhões nas estradas, temos mais produtos pesados transitando, o que sugere um aumento na produção.
Para o momento atual, o fluxo dos pesados somado aos leves (veículos de passeio) são ótimos indicadores antecedentes de atividade. Ou seja, eles apontam que o Brasil já está retomando a economia, ao menos saindo da paralisação.
Em abril com tudo parado, podíamos assumir que tanto fábricas estavam paralisadas, quanto pessoas estavam isoladas. Agora em junho, vemos que a proporção aparenta ser bem menor.
Ainda é cedo para cravar que o pior ficou no passado, mas ao menos temos um indicador antecedente sinalizando algo positivo.
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