A XP Inc anuncia hoje (19) a criação de dois fundos com foco em melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), estratégia que contempla investimentos de R$ 100 milhões para fomentar novos fundos voltados para empresas brasileiras enquadradas no conceito.
O Trend ESG Global, primeiro produto da XP Asset Management com essas características, terá exposição a três outros fundos negociados em bolsa de valores (ETFs) das principais ações aderentes a essas práticas fora do país, como Apple, Amazon, Microsoft e P&G, e já estará disponível hoje.
Em julho, a XP prevê lançar o fundo Selection ESG, no qual investirá R$ 100 milhões num fundo de fundos, na forma de ‘seed money’, no qual irá aplicar em estratégias exclusivas de grandes gestoras nacionais, com exposição a empresas do país com nível diferenciado de práticas ESG.
Em ambos os casos, a aplicação mínima será de R$ 500.
“Acreditamos que as empresas do futuro precisam estar alinhadas com as estratégias ESG e, por esse motivo, estamos não só anunciando um produto inovador, mas também fomentando esse mercado no país por meio de uma parceria com alguns dos principais gestores de ações brasileiros”, afirmou Gustavo Pires, sócio e diretor de Asset Management Services da XP.
Os produtos nascem com as gestoras Fama Investimentos, Constellation Asset Management e JGP, mas esse número deve crescer para sete entre julho e agosto, afirmou Pires, citando a possibilidade de uma dessas casas ser a própria XP Gestão. “Seria muito interessante desenvolver essa estratégia”, afirmou em videoconferência sobre o lançamento dos fundos.
A decisão da XP segue iniciativas recentes nos mercados no exterior para investir em empresas com práticas mais ativas de ESG. No fim de janeiro, ganhou destaque o alerta da BlackRock, maior gestora do mundo, para empresas intensificarem esforços para combater as mudanças climáticas.
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“Queremos liderar as discussões sobre o tema no mercado financeiro brasileiro, democratizando o acesso desse conteúdo e melhores produtos, para que os clientes busquem integrar esse tipo de investimento em suas carteiras”, afirmou Marta Pinheiro, sócia que comanda a recém-criada diretoria de ESG da XP.
Os executivos não descartam enquadrar outros produtos da prateleira como fundos de previdência, crédito ou imobiliário no conceito ESG, ou mesmo transformar a própria XP em alvo para esses fundos, embora admitam que se trata de uma jornada longa.
“De fato, estamos discutindo a empresa toda”, afirmou Pires. (Com Reuters)
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