A XP Investimentos termina junho com a maior gestora de hedge funds do mundo disponível em sua plataforma e já negocia a presença de outras 10 casas globais até o fim do ano, enquanto busca aumentar a sua oferta de produtos e se transformar em um hub para exposição a mercados no exterior.
“Ultimamente, com o cenário de juros tão baixos no Brasil, a procura por fundos internacionais tem aumentado bastante, então o foco da nossa área de relacionamento tem sido construir essa ponte do brasileiro com o exterior”, afirmou à Reuters Fabiano Cintra, especialista em fundos da XP.
No mês que vem, segundo ele, pelo menos mais duas gestoras do exterior devem estar acessíveis na plataforma da XP. Ele não deu detalhes, mais disse que o grupo avalia nomes regionais, em mercados emergentes e também na Europa. Nomes com expertise em ESG também estão no radar.
“Os próprios investidores estavam amadurecendo o conhecimento em fundos (no exterior), então havia uma parte educacional para fazer com nossos clientes e isso foi melhorando muito nos últimos anos”, acrescentou Leon Goldberg, sócio da XP, responsável pelo relacionamento institucional com gestoras.
Além disso, acrescentou o executivo, a alta do dólar em relação ao real nos últimos meses abriu um pouco os olhos do investidor de que é importante ter uma parcela do portfólio em uma moeda forte.
O Gama Bridgewater Global Risk Premium USD FIC FIM IE, denominado em dólar e disponível desde a última quinta-feira (25) a clientes da XP, será um veículo de acesso ao fundo All Weather, da Bridgewater Associates LP, do bilionário Ray Dalio, que tem cerca de US$ 138 bilhões em ativos sob gestão.
Dalio ficou famoso ao ganhar dinheiro na crise financeira de 2008, mas também pelo livro ‘Princípios’, referência de muitos gestores. Ele será um dos painelistas da 10ª edição da Expert, conferência anual da XP, entre 14 e 18 de julho, no formato online desta vez em razão da pandemia de Covid-19.
O All Weather investe em 70 mercados e países através de ações, títulos públicos e ligados a inflação, créditos corporativos e de países emergentes e commodities. Adota estratégia global com alocação comprada (long only) e fundamentalista para vários cenários de crescimento e inflação.
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O fundo tem como público-alvo investidores institucionais e exige aporte mínimo de 50 mil reais, e tem taxa de administração de 1,5%. Assim como o seu referencial, as janelas de entrada e saídas são mensais. O fundo tem retorno-alvo de 7% ao ano em dólar, com volatilidade esperada de 12%.
A XP já oferece mais de 40 fundos internacionais, tanto em opções em reais como em dólares, incluindo nomes como Oaktree e Wellington, com patrimônio superior a R$ 4 bilhões alocado no final de maio. Segundo Cintra, junho tem apresentado forte desempenho e ele não descarta uma captação recorde.
“A XP quer, de fato, ser a fonte de investimento para o brasileiro acessar o que tiver de melhor no mundo através da sua plataforma”, afirmou Goldberg, destacando como um “grande marco” para a instituição o fato de ter um Bridgewater no cardápio.
A estratégia mira uma parcela ainda pequena do destino dos recursos na indústria de fundos de investimentos no Brasil, mas que tanto Cintra como Goldberg veem crescendo nos próximos anos. Dos R$ 5,3 trilhões dessa indústria, apenas pouco mais de R$ 50 bilhões estão em investimentos offshore. (Com Reuters)
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