O dólar operava em queda na manhã de hoje (16), com o real liderando os ganhos entre as principais moedas, num ajuste após a divisa figurar entre os piores desempenhos nos últimos dias, mas as operações seguiam vulneráveis a volatilidade em meio a um clima de cautela no exterior.
Às 9:30, o dólar recuava 0,42%, a R$ 5,3610 na venda. Na B3, o dólar futuro tinha queda de 0,36%, a R$ 5,3550. No exterior, o índice da moeda norte-americana frente a uma cesta de rivais tinha ligeira alta de 0,08%.
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Na quarta, o real foi destaque negativo em dia de queda global do dólar, com analistas comentando que a divisa brasileira mais uma vez foi alvo do trade “compra de bolsa/compra de dólar”, reflexo da demanda do mercado por proteção a posições no mercado de ações.
O dólar subiu 0,66% ontem (15), enquanto o Ibovespa avançou 1,34%, seguindo o bom humor externo. O dólar oscilou ao longo da quarta entre altas e baixas, o que tem se tornado um padrão nas últimas semanas, num contexto em que o câmbio varia de forma errática e sofre viradas repentinas.
“No final de tudo, carrego baixo, fiscal ruim e político sempre incerto juntos afastam o fluxo dos investidores pelo lado financeiro e tornam o dólar/real o hedge óbvio para qualquer coisa. Por isso esse comportamento tão ruim”, disse Leonardo Monoli, gestor no Opportunity Total.
Dados do Banco Central divulgados ontem revelaram acentuada piora nas saídas de recursos do Brasil nos últimos dias. O fluxo cambial ficou negativo em quase US$ 2 bilhões apenas na semana passada, elevando o déficit de julho a US$ 2,376 bilhões. No ano, a debandada é de quase US$ 15 bilhões.
As saídas de capital afetam a liquidez do mercado, contribuindo para o intenso vaivém nas cotações percebido nas últimas semanas.
Hoje, o tom de maneira geral é mais cauteloso nos mercados globais, o que mantinha o risco de volatilidade no câmbio. Dados de varejo na China vieram piores que o esperado e ofuscavam o crescimento acima do esperado na atividade econômica no segundo trimestre.
Além disso, a escalada de tensões entre EUA e China voltava a preocupar. A Casa Branca disse ontem que não descarta novas sanções contra as principais autoridades chinesas como forma de punir Pequim pela forma como lida com Hong Kong. A China disse que responderá às táticas de “bullying” de Washington, mas que seguirá com a Fase 1 do acordo comercial acertado entre os países no ano passado.
No plano doméstico, analistas mantinham as atenções na retomada das discussões sobre a reforma tributária. Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o projeto está pronto e espera apenas o processamento político.
Na terça (14), o presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Casa iria retomar a discussão sobre a reforma tributária. (Com Reuters)
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