O dólar era negociado praticamente estável contra o real hoje (30), dia de recuperação internacional da moeda norte-americana na esteira da reunião do Federal Reserve, enquanto os mercados digeriam a maior queda na atividade econômica dos Estados Unidos desde a Grande Depressão no segundo trimestre.
O Produto Interno Bruto dos EUA recuou a uma taxa anualizada de 32,9% no último trimestre, o maior declínio na produção desde que o governo começou a manter registros, em 1947, informou o Departamento de Comércio norte-americano hoje. A queda foi mais que o triplo do declínio histórico anterior de 10% no segundo trimestre de 1958. A economia havia registrado queda de 5,0% no primeiro trimestre.
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Ainda assim, a queda apresentada no segundo trimestre não foi tão acentuada quanto se esperava. Economistas consultados pela Reuters previam que o PIB norte-americano teria contração de 34,1% no trimestre de abril a junho.
“O dado apontou uma queda menor do que a esperada na margem anualizada; isso está limitando a alta do dólar e o real diminuiu seu ritmo de perda depois das 9h30”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.
Mais cedo, instantes antes da divulgação dos números norte-americanos, o dólar à vista havia tocado a máxima da sessão, de R$ 5,2171, alta de quase 0,9%.
Os dados dos EUA vêm depois de o Federal Reserve ter concluído, na véspera (29), sua reunião de política monetária. Em comunicado, o banco central norte-americano vinculou diretamente a recuperação econômica à resolução de uma crise de saúde cuja direção permanece muito incerta.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse que o salto em casos de coronavírus nos Estados Unidos e as restrições que visam contê-lo começaram a pesar na recuperação.
“Ainda que óbvio, o discurso de Powell escancara o fato de que tanto a economia ainda é dependente da série de estímulos governamentais, como o fim da pandemia ainda é condição sine qua non para que tal recuperação ganhe corpo”, disseram analistas da Infinity Asset em nota.
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As mortes em decorrência do novo coronavírus nos Estados Unidos ultrapassaram 150 mil ontem, o nível mais alto do mundo.
No exterior, o dólar era ganhador contra pares arriscados do real, como peso mexicano, rand sul-africano e a moeda australiana.
Às 10:22, o dólar recuava 0,01%, a R$ 5,1716 na venda. O contrato mais líquido de dólar futuro tinha alta de 0,06%, a R$ 5,174. Na véspera, o dólar spot registrou alta de 0,29%, a R$ 5,1723 na venda.
No acumulado do ano, o dólar sobe quase 30% contra a moeda brasileira, o que, segundo muitos analistas, é resultado do cenário local de juros baixos e investimento fraco. (com Reuters)
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