O dólar chegou a cair mais de 1% logo após o início dos negócios no mercado interbancário no Brasil hoje (6), com a moeda sob pressão em dia de apetite por risco no exterior, após um salto nas bolsas de valores na China fortalecer expectativas de rápida recuperação na segunda maior economia do mundo depois do tombo causado pela pandemia.
Às 9:47, o dólar recuava 0,27%, a R$ 5,3060 na venda. Na mínima, a cotação caiu 1,09%, a R$ 5,2626. Na B3, o dólar futuro recuava 0,23%, a R$ 5,309.
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No exterior, o índice do dólar ante uma cesta de divisas caía 0,5%, com moedas mais arriscadas, como coroa norueguesa, peso chileno e peso mexicano em alta de pelo menos 0,9%.
Os mercados são embalados por forte alta de mais de 5,6% no mercado acionário chinês hoje, a quinta seguida, com o índice CSI300 indo a uma máxima desde junho de 2015 em meio a perspectivas de contínuas reformas nos mercados de capital com pano de fundo de ampla liquidez.
“O movimento de risk-on verificado na Ásia parece estar contaminando o restante dos mercados, que caminham para mais um início de semana positivo”, disse em nota matinal Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
As praças na Europa subiam mais de 1,4%, e os futuros do S&P 500 avançavam 1,2%.
O real é uma das moedas de destaque positivo nesta sessão, mas segue dependente de fatores externos para dias de alívio. Em nota, o Goldman Sachs disse que o cenário para a economia na América Latina segue turvo e, ao falar sobre o Brasil, cita riscos políticos e fiscal. Na região, o banco norte-americano está “bullish” (otimista) com o peso mexicano e não listou o real.
A perspectiva sombria para a economia foi exposta pela pesquisa Focus do Banco Central, cuja mais recente atualização divulgada nesta manhã mostrou estimativa de contração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Contudo, houve ligeira melhora em relação à taxa de -6,54% da semana passada. O mercado espera dólar de R$ 5,20 ao fim de 2020, pela mediana das projeções.
Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar sobre o combo juro baixo/câmbio desvalorizado como nova realidade para a economia brasileira. (Com Reuters)
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