O dólar alternava leve queda e estabilidade ante o real no começo do pregão de hoje (8), já longe das mínimas do dia, depois de uma abertura mais positiva para a moeda brasileira na esteira do movimento no exterior e de dados favoráveis no Brasil.
O sentimento seguia fragilizado pelo ressurgimento de casos de Covid-19 no mundo e pelos riscos de seus potenciais efeitos econômicos.
Christopher Lewis, analista do DailyForex, avalia que a marca de R$ 5,50 tem oferecido resistência nas últimas semanas, mas que é “apenas questão de tempo” antes de a moeda superá-la. Esse movimento abriria caminho para a região de R$ 5,60 e, eventualmente, para máximas próximas de R$ 6.
“Acho que o nível de 5,0 será uma barreira significativa que deveria atrair muita pressão compradora. No fim, acho que neste momento é muito mais fácil comprar o par dólar/real do que vendê-lo, devido a todos os riscos associados com o Brasil e a América Latina”, disse.
Às 9:41, o dólar avançava 0,14%, a R$ 5,3930 na venda. Na mínima, a cotação cedeu 0,81% e zerou a queda na máxima. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,32%, a R$ 5,3975.
O dólar foi às mínimas logo após a abertura, na esteira de dados de vendas no varejo no Brasil, cujo crescimento acima do esperado para maio fortalecia esperanças de que o pior para a atividade tenha ficado para trás.
As vendas no varejo saltaram 13,9% em maio sobre abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto analistas consultados pela Reuters projetavam acréscimo de 6,0%. Na comparação anual, houve queda de 7,2%, abaixo do tombo de 12,1% previsto.
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O BTG Pactual digital classificou os resultados como “muito acima da expectativa” e avaliou que, apesar do cenário “ainda repleto de incertezas, o forte crescimento deve animar investidores, na medida em que indica uma recuperação da atividade econômica”.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o IGP-DI subiu 1,60% em junho, mais que o esperado, com os preços do atacado acelerando e voltando a se elevar no varejo. A combinação de dados econômicos melhores e leituras de inflação mais altas pode barrar expectativas adicionais de cortes de juros pelo Banco Central, evitando nova deterioração nas análises de risco/retorno para o real.
No exterior, o índice do dólar ante uma cesta de moedas tinha leve queda de 0,12%, mas mostrava depreciação mais forte contra divisas de risco, como peso mexicano e peso chileno. (com Reuters)
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