O dólar começou a semana em alta ante o real, depois de chegar a cair no início do pregão de hoje (13), com a moeda acelerando os ganhos na parte da tarde à medida que os mercados externos pioraram o sinal.
Por volta de 15h, o dólar ampliou os ganhos ante o real conforme a moeda no exterior também tomava fôlego. Ao mesmo tempo, o Ibovespa e o índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, passaram a ser alvejados por vendas. Mas o real já estava entre as divisas de pior desempenho desde cedo, seguindo um dia mais fraco para pares latino-americanos, diante de perspectivas mais incertas para a região por causa da crise do Covid-19.
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O dólar à vista subiu 1,21%, a R$ 5,388 na venda. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,22%, a R$ 5,3935, às 17h14.
O real dividiu com o peso mexicano o posto de moeda com pior desempenho global na sessão, e ambos eram seguidos por peso argentino e, um pouco mais atrás, por peso colombiano.
“Seguimos com liquidez menor, o que deixa o mercado suscetível a essas mudanças de variação”, disse Fernando Bergallo, sócio da FB Capital. Em patamar em torno de US$ 1 bilhão, a média de 21 dias do volume de câmbio contratado no mercado físico está perto de mínimas desde setembro de 2018 e entre a média diária mais fraca em uma década.
Segundo contagem da Reuters, o número de mortes por coronavírus na América Latina superou o de óbitos registrados na América do Norte pela primeira vez desde o início da pandemia. Em todo o mundo, os casos registrados de Covid-19 ultrapassaram 13 milhões nesta segunda-feira. Também nesta segunda, a agência de classificação de risco S&P Global cortou as previsões para as economias de mercados emergentes, com a América Latina sofrendo a maior redução nas estimativas.
A pandemia tem se mantido resiliente em países latino-americanos, mas isso não tem impedido que governos reabram as economias. Tal combinação ameaça gerar nova onda de casos potencialmente prejudicial à recuperação da atividade, adiando mais o retorno do investimento estrangeiro. Para o Citi, um “conjunto de evidências” sugere risco “não negligenciável” que o Brasil possa não apenas interromper, mas também potencialmente reverter o processo de abertura em andamento da economia.
Num pior cenário, “o controle da pandemia de Covid-19 no Brasil levará mais tempo, prolongando a crise econômica e exacerbando a deterioração já insustentável das contas fiscais”, disseram analistas do banco em estudo.
A volatilidade no câmbio persistiu nesta segunda-feira. Na máxima, o dólar foi a R$ 5,395, alta de 1,34%, enquanto na mínima cedeu 0,23%, para R$ 5,3115.
Analistas têm chamado atenção para fatores técnicos no câmbio em meio às amplas oscilações. O Credit Suisse cita que o real tem variado em torno dos R$ 5,30recentemente, mas que ainda acredita que a moeda poderá testar de novo a região de R$ 6.
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“Estamos buscando uma faixa em níveis mais altos para entrarmos em jogo, com riscos de curto prazo inclinados para um novo teste da atual máxima e da barreira psicológica em R$ 5,9714/R$ 6,0000”, disseram estrategistas do banco, vendo a taxa de R$ 4,7558 como piso do mercado. O dólar se aproximou de R$ 6 em meados de maio. “Abaixo de 4,7558 reais, podemos ver um retorno à média móvel de 200 dias em R$ 4,6522 e, em seguida, ao patamar equivalente a 78,6% da retração de Fibonacci e a um forte nível de suporte na casa de R$ 4,4253/R$ 4,3386.”
Já analistas do DailyForex avaliam que quem quiser se arriscar na venda de dólar deve se apressar. “Se especuladores mantiverem o nível de R$ 5,5000 como guia e quiserem vender dólar/real nos níveis atuais enquanto o par testa uma faixa bastante consolidada, agora é a hora de agir”, disseram. “O rumo do sentimento de risco no mundo é algo difícil de prever. Muitos balanços trimestrais devem começar a ser publicados por empresas norte-americanas nesta semana, o que certamente afetará os mercados globais.”
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