O dólar à vista fechou em leve queda ante o real hoje (24), longe das mínimas da sessão, com as oscilações no mercado de câmbio se estabilizando na parte da tarde em meio a variações discretas nas moedas também no exterior, num dia marcado por otimismo sobre tratamentos contra a Covid-19.
O dólar interbancário caiu 0,22%, a R$ 5,5942 na venda. Na mínima, atingida ainda na primeira hora de negócios, desceu a R$ 5,5593 (-0,85%) e, na máxima (alcançada por volta de 11h30), tocou R$ 5,613 (+0,11%).
O dólar futuro chegou ao fim da tarde em queda de 0,60%, a R$ 5,5950.
De forma geral, a sessão teve poucos drivers domésticos, o que abriu espaço para alguma acomodação do câmbio depois de uma semana passada de maior pressão por causa de renovados temores fiscais.
No meio da tarde, quando o dólar era cotado por volta de R$ 5,57, notícia de que o governo decidiu adiar o anúncio do pacote de medidas econômicas previsto inicialmente para terça-feira ajudou a alimentar alguma pressão de compra de dólares, que na sequência voltou a superar R$ 5,60, fechando o pregão perto desse patamar.
O pacote de medidas prometido pela equipe econômica é visto como uma oportunidade de o governo enviar forte sinal ao mercado sobre gestão responsável das contas públicas. Ruídos internos na área econômica do governo e com outros ministérios geraram apreensão sobre riscos de aumento adicional de gastos depois de 2020, o que comprometeria a confiança na trajetória fiscal.
Na semana passada, o dólar emendou a quarta semana consecutiva de valorização –o que não ocorria desde o fim de abril–, amparado pelo somatório de desconforto fiscal doméstico e reavivamento da divisa no exterior.
Para estrategistas do BNP Paribas, a volatilidade do real, já a maior do mundo entre as moedas relevantes, deve persistir nos próximos meses conforme o mercado segue com as atenções voltadas para os problemas fiscais do Brasil, mas eles também avaliaram que o posicionamento técnico contra a divisa brasileira já está “sobrecarregado”.
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Além disso, os profissionais citaram melhora em outras métricas, como, por exemplo, a conta corrente brasileira.
“Estamos entrando numa situação em que a melhora dos termos de troca (por exemplo) em algum momento aumenta as chances de algum repasse para os preços (do câmbio)”, disse Gabriel Gersztein, estrategista-chefe global para mercados emergentes do banco francês.
O real cai 28,27% neste ano, pior desempenho global, em parte pelas incertezas fiscais e pela queda expressiva nas taxas de retorno pagas pela renda fixa brasileira, na esteira da baixa da Selic a mínimas recordes.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que o limite mínimo para a Selic não é intransponível, destacando que ele está sendo experimentado mas que é preciso cautela para ir além. (Com Reuters)
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