O dólar era negociado em alta contra o real hoje (31), dia que deve contar com volatilidade devido à formação da Ptax de fim de mês, enquanto os investidores locais seguiam de olho na saúde fiscal do Brasil em dia de entrega ao Congresso do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.
Às 10:22, o dólar avançava 0,70%, a R$ 5,4536 na venda. Na B3, o dólar futuro operava em alta de 1,04%, a R$ 5,447.
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Vários analistas citavam movimentos de ajuste em relação à forte perda do dólar na última sessão, na sexta-feira (28), quando a divisa norte-americana à vista caiu 2,93%, a R$ 5,4156 na venda, sua maior desvalorização diária desde 2 de junho, enquanto a formação da Ptax no último pregão de agosto deve elevar a volatilidade no dia.
A fraqueza generalizada do dólar — que caminha para registrar seu pior agosto em cinco anos contra uma cesta de moedas — tem fornecido algum apoio para o real nas últimas semanas, enquanto as incertezas fiscais domésticas seguem amargando o sentimento dos investidores.
“No Brasil, a avaliação do risco fiscal segue como principal ponto de foco, com atenções voltadas à entrega do Orçamento de 2021 no Congresso hoje e a prorrogação do auxílio emergencial amanhã”, escreveu a equipe econômica da Guide Investimentos.
Hoje é oficialmente o último dia para o governo entregar o PLOA do ano que vem e fechar a previsão de receitas e despesas da União para 2021, e dúvidas crescentes sobre a saúde das contas públicas elevavam a ansiedade dos mercados sobre qual estratégia orçamentária será adotada.
“(O ministro da Economia) Paulo Guedes tem defendido que (…) a necessidade de cortar gastos é maior do que nunca. Ao mesmo tempo, outras alas do governo, e até o próprio presidente, querem dar continuidade ao ciclo de expansão de gastos para ajudar a economia a deslanchar após ser paralisada pela pandemia”, completou a Guide em nota.
Em agosto, o dólar tocou máximas em mais de três meses contra o real, com os temores de um possível furo do teto de gastos ampliando a pressão gerada pelo ambiente local de juros baixos, incertezas políticas e desempenho econômico fraco.
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“O risco fiscal é algo que ‘pesa’ sobre a imagem do país e causa efeito colateral na economia e nos ativos principais do mercado financeiro, quais sejam juro, Bovespa e dólar”, disse em nota Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.
“O risco fiscal num dado momento e o estresse dos desencontros governamentais no entorno da manutenção dos programas assistenciais provocaram alguma exacerbação não sustentável no preço (do dólar), tendo em vista que o país, em realidade, tem situação de conforto na questão cambial face à dimensão das reservas cambiais”, completou.
No ano de 2020, o dólar acumula ganho de quase 36% contra o real.
O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021. (Com Reuters)
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