O dólar engatava queda contra o real hoje (10), dia marcado por atenções divididas entre as tensões sino-americanas e decretos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para apoiar a maior economia do mundo diante da crise do coronavírus.
Após abrir em leve alta, às 10:24, o dólar recuava 0,94%, a R$ 5,3616 na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro caía 1,52%, a R$ 5,3615.
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“Hoje, os mercados financeiros mostram um comportamento misto, com os investidores por um lado otimistas com a divulgação de números melhores que o esperado de deflação da China e pela ‘canetada’ de Trump ao estender medidas de estímulo ao seu país, mas, por outro, pessimistas frente às crescentes tensões entre este país e a China”, escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora.
Donald Trump assinou no sábado (8) uma série de decretos para oferecer alívio econômico adicional aos norte-americanos atingidos pela pandemia, depois que seus negociadores não conseguiram chegar a um acordo com o Congresso.
Ele disse que as medidas darão US$ 400 adicionais por semana a dezenas de milhões de cidadãos que ficaram desempregados durante uma crise de saúde que deixou mais de 160 mil mortos no país, menos do que os US$ 600 aprovados anteriormente.
Ainda assim, o impulso inicial das notícias para ativos arriscados pode ser limitado. “Apesar da animação inicial com a decisão unilateral de Trump (…), os investidores passaram a se questionar se tais ordens executivas teriam realmente validade em função de questões legais”, alertou Ricardo Filho.
Na China, a deflação dos preços ao produtor diminuiu em julho em meio à alta dos preços globais do petróleo e conforme a atividade industrial avança para os níveis pré-coronavírus, ampliando os sinais de recuperação na segunda maior economia do mundo.
Mas o clima tenso entre o país asiático e os Estados Unidos levantava preocupações entre os investidores antes do dia 15 de agosto, quando as duas partes se encontrarão para revisar a implementação da Fase 1 de seu acordo comercial e, provavelmente, compartilhar queixas mútuas sobre seu relacionamento.
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No exterior, divisas arriscadas pares do real tinham comportamento misto, com peso mexicano e dólar australiano subindo contra a moeda norte-americana, enquanto rand sul-africano e lira turca registravam queda.
Enquanto isso, no contexto doméstico, “o dólar vinha sustentando o preço numa relativa estabilidade após temporada tumultuada, visto que a rigor o país não deve ter intensificação de ingressos e saídas de recursos externos ao longo deste ano, e tem situação de conforto em razão das reservas cambiais que tem em estoque”, disse em nota Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.
Mas, “se a pandemia evidenciar maior longevidade e o governo for obrigado a estender os programas assistenciais à população carente, elevando o déficit fiscal, e houver perspectiva de que a retomada da atividade econômica possa ser mais lenta, é possível que a pressão imponha patamar do preço do dólar mais elevado, por motivar postura defensiva”, acrescentou.
No ano, embora tenha deixado para trás patamares estressados próximos a R$ 6, o dólar ainda acumula ganho de aproximadamente 33% contra o real em meio à pandemia e a um ambiente de juros extremamente baixos.
Na última sessão, na sexta-feira (7), o dólar negociado no mercado interbancário fechou em alta de 1,30%, a R$ 5,4126 na venda.
O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021. (Com Reuters)
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