O dólar mostrava volatilidade contra o real hoje (12), oscilando entre altas e baixas, com os investidores divididos entre a fraqueza da moeda norte-americana no exterior e a “debandada” no Ministério da Economia brasileiro após a demissão de mais dois secretários especiais.
Às 10:29, o dólar avançava 0,51%, a R$ 5,4425 na venda. Depois de operar em leve queda nos primeiros instantes do pregão, tocando R$ 5,4005 na mínima do dia, o dólar logo engatou leve alta, chegando a R$ 5,4454 na máxima, mas caminhava sem viés claro. Na B3, o dólar futuro subia 1,05%, a R$ 5,4415.
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A sessão era marcada pela cautela dos investidores diante do impasse político nas negociações de um novo pacote de auxílio econômico nos Estados Unidos, o que pressionava o dólar contra uma cesta das principais moedas e impulsionava algumas divisas arriscadas, como dólar australiano, peso mexicano e rand sul-africano.
Os principais negociadores da Casa Branca falharam em chegar a um meio termo com os democratas do Congresso sobre os termos e o preço do estímulo, enquanto os casos de Covid-19 seguem ameaçando a recuperação da maior economia do mundo.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, recusou-se a dizer hoje se acha que os dois lados podem chegar a um acordo, já que as negociações permaneceram paradas.
Enquanto isso, no Brasil, o foco passava para a política depois que os secretários especiais do Ministério da Economia Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) pediram demissão ontem (11), enquanto o ministro Paulo Guedes afirmou que houve uma “debandada” da sua equipe.
“A saída de Salim Mattar e Paulo Uebel do governo começa a mostrar o forte cansaço do corpo técnico do governo com os avanços políticos”, disseram em nota analistas da Infinity Asset, citando que o comportamento dos mercados difere do desenvolvimento do cenário brasileiro.
“Em ordem de velocidade, do mais rápido ao mais lento, temos o tempo do mercado, o tempo da economia, o tempo do corpo técnico do governo e por último, o tempo da política.”
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A incerteza política doméstica, aliada a um ambiente de juros extremamente baixos e uma crise econômica causada pela pandemia de coronavírus, é apontada por analistas como um dos fatores que levou o dólar a níveis recordes próximos de R$ 6 em 2020. Embora tenha deixado esses patamares estressados para trás, a moeda norte-americana ainda acumula salto de cerca de 35% contra o real no ano.
Na última sessão, o dólar spot registrou queda de 0,91%, a R$ 5,4149 na venda. (Com Reuters)
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