O dólar fechou em queda hoje (27), em uma correção depois do salto da véspera, com o real entre as divisas de melhor desempenho no dia após no pregão anterior encabeçar as perdas globais.
Sem fugir do padrão, os negócios mostraram instabilidade. O dólar abriu em leve queda, foi a mínimas depois do discurso do chair do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, tomou fôlego na sequência e cravou a máxima do dia, antes de renovar mínimas e se afastar delas posteriormente perto do fechamento.
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O dólar oscilou entre queda de 1,21%, a R$ 5,5445, e alta de 0,19%, para R$ 5,6233.
O mercado à vista encerrou com a moeda em baixa de 0,60%, a R$ 5,5789 na venda. Ontem (26), a cotação havia subido 1,54%, a R$ 5,6124, máxima em mais de três meses e mais do que anulando o recuo de 1,19% da terça.
Operadores comentaram nesta sessão sobre desmonte de operações casadas de venda de taxa de juros futuros (DI)/compra de dólar. Essa estratégia mantém o investidor apostando em novas quedas dos juros, mas com proteção via compra de dólar.
Com sinais de alguma inflação e recorrentes incertezas fiscais, a leitura é que a convicção do mercado na permanência da Selic (atualmente em 2%) em nível tão baixo parece em alguma medida abalada, o que estimula reversão do citado “trade” nos mercados de câmbio e juros.
“O vaivém do dólar mostra que o mercado não consegue ter elementos para traçar uma linha de racionalidade”, disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. “Por ora, o que parece mesmo é que não há sinal mais firme sobre evolução de uma agenda de reformas que vise contenção de gastos, e isso mantém a incerteza e a volatilidade”, acrescentou, lembrando o imbróglio fiscal que tem afetado ainda mais os mercados nas últimas semanas.
Por outro lado, Velloni acredita que o atual patamar do dólar parece excessivamente alto. “Acho que o câmbio deveria estar mais entre R$ 4,80 e R$ 5,20. Seria o aceitável quando se pensa nos fundamentos gerais.”
Analistas do holandês Rabobank veem o dólar também em patamar mais baixo, a R$ 5,25 ao fim do ano, em meio a um cenário traçado por eles de queda menor da atividade econômica e inflação ligeiramente mais alta.
“A volatilidade aumentou mais cedo do que havíamos pensado (4º trimestre de 2020), com o ruído fiscal interno se sobrepondo ao ruído geopolítico externo. No entanto, sem interrupções no regime fiscal em curso e com uma melhora no saldo da conta corrente em 2020, esperamos que o real se valorize no final do ano”, disseram analistas do banco em nota, prevendo dólar a R$ 4,90 ao término de 2021.
Powell, do Fed, apresentou nesta quinta-feira uma nova estratégia agressiva para levar os Estados Unidos de volta ao pleno emprego e conduzir a inflação a níveis mais saudáveis.
De acordo com a nova abordagem, o Fed buscará atingir uma inflação média de 2%, compensando períodos abaixo de 2% com uma inflação mais alta “por algum tempo”, e garantir que o emprego não fique aquém de seu nível máximo.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,21% no fim da tarde, com investidores comentando que o teor do discurso de Powell já era esperado. (Com Reuters)
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