O início da negociação de ações da Hygo Energy foi suspenso ontem (24) na Nasdaq, em Nova York, horas depois do presidente-executivo da operadora de transporte e infraestrutura de gás natural ser citado em uma investigação de corrupção no Brasil.
A Hygo é chefiada por Eduardo Antonello, ex-executivo da companhia de exploração de petróleo Seadrill e apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo possível recebimento de propina, segundo documentos de uma nova fase da operação Lava Jato.
A precificação das ações da Hygo deveria ocorrer ontem, mas a Nasdaq, sem indicar os motivos, disse que operação foi suspensa. As ações da Golar chegaram a recuar mais de 25% na sessão de ontem, para US$ 7,25. Antonello, que vive em Londres, não respondeu aos pedidos por comentários da agência Reuters.
A Hygo anunciou em setembro planos de levantar US$ 485 milhões em um IPO, com faixa indicativa de U$S 18,00 a US$ 21,00 por ação, segundo comunicado ao mercado.
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A Hygo – uma joint venture entre a Golar LNG e a empresa norte-americana de private equity Stonepeak Infrastructure Partners -, cujas ações deveriam iniciar negociação em Nova York, não confirma, nem nega o cancelamento da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), disse a assessoria de imprensa da companhia por e-mail. A Stonepeak não respondeu aos pedidos por comentários. Já a Golar disse que as acusações contra Antonello “envolvem conduta anterior e não implicam, de forma alguma, seu trabalho na Hygo”.
“No entanto, com muita cautela, a Hygo iniciou uma revisão para buscar a confirmação de que não houve qualquer desvio de sua cultura de conformidade em relação ao trabalho do sr. Antonello para a companhia”, acrescentou a empresa em comunicado.
Segundo o MPF, a Seadrill está envolvida em uma investigação sobre três contratos celebrados em 2011 entre a Sapura Energy Berhad e a Petrobras, que totalizam U$S 2,7 bilhões. A investigação está nos estágios iniciais e foi divulgada pelos procuradores brasileiros na última quarta-feira (23). Ninguém foi acusado formalmente.
A Sapura, joint venture entre Seadrill e Sapura Energy, nega veementemente o envolvimento em qualquer forma de propina ou corrupção em suas operações no Brasil e em qualquer lugar do mundo, disse a companhia em comunicado ontem.
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Antonello trabalhava na Seadrill à época e foi responsável por estabelecer as operações brasileiras da empresa. Documentos judiciais mostram que o telefone e o e-mail do executivo foram monitorados pela polícia.
A Seadrill confirmou que sua subsidiária, a Seadrill Serviços de Petróleo, foi alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal do Rio de Janeiro nesta semana. A empresa disse que está cooperando integralmente com as investigações em andamento.
As ações da Seadrill, negociadas em Oslo, fecharam ontem em queda de 6,5%.
Os contratos entre Sapura e Petrobras para construção e afretamento de três navios do tipo PLSV ainda estão em vigor, segundo o MPF. (Com Reuters)
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