O Brasil ainda enfrenta uma tendência de desalavancagem de investimento estrangeiro na comparação com outros mercados emergentes, em um cenário marcado pela falta confiança dos agentes internacionais quanto à capacidade do país de aprovar reformas econômicas, afirmou Drausio Giacomelli, estrategista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank.
Giacomelli citou ainda o desafio do país de implementar uma legislação que garanta maior eficácia ao processo de reestruturação das empresas.
De acordo com o estrategista, uma sinalização e aprovação efetiva de reformas estruturais será o grande divisor de águas para a sustentabilidade do crescimento econômico, que poderia alcançar o patamar de até 3% ao longo dos anos a depender da efetividade das reformas fiscais na garantia de estabilidade da trajetória da dívida pública.
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“O investidor (estrangeiro) está com uma confiança muito baixa no Brasil, baixíssima. Quando a gente olha o nível de incerteza do Brasil, está altíssimo (…) em relação à conduta de política fiscal, o progresso de reformas e (sobre) qual é a plataforma (econômica) do presidente (Jair Bolsonaro)”, apontou em entrevista à Reuters.
No entanto, apesar do alto nível de incerteza, Giacomelli vê como positivas as medidas de alívio aos efeitos da pandemia de Covid-19 que propiciaram injeção de liquidez a empresas e famílias brasileiras.
O Deutsche Bank estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuará 5,2% em 2020, desempenho melhor que o de pares da América Latina. “A saída (recuperação) está sendo rápida porque o Brasil, do outro lado da balança, teve um dos maiores programas de alívio do mundo”, disse.
Na manhã desta segunda-feira, o Banco Central também divulgou projeções para o PIB brasileiro. Especialistas ouvidos pelo Boletim Focus acreditam em um retração de 5,05% na economia do país para 2020. Já para o próximo ano, a perspectiva de crescimento do PIB segue inalterada em 3,5%.
Com Reuters
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