A taxa de desocupação no Brasil foi de 13,8%, no trimestre de maio a julho de 2020, a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012. O índice corresponde a um aumento de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2019 são 2 pontos percentuais a mais. A população desocupada chegou a 13,1 milhões de pessoas, aumento de 4,5% (561 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2019.
O nível de ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, caindo 4,5 pontos frente ao trimestre anterior e 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de 2019. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (30) pelo IBGE.
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A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, explica que as quedas no período da pandemia de Covid-19 foram determinantes para os recordes negativos deste trimestre encerrado em julho. “Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos”.
Outro indicador que está no menor patamar na série histórica é a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), que chegou a 95,2 milhões de pessoas, com queda de 6,8% (ou 6,9 milhões) frente ao trimestre anterior, e de 10,4% (ou 11 milhões de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2019.
Já a população fora da força de trabalho atingiu o recorde da série e chegou a 79 milhões de pessoas – mais 8 milhões em relação ao trimestre anterior e mais 14,1 milhões frente ao mesmo trimestre de 2019. Entretanto, o aumento foi menor do que no trimestre encerrado em junho, quando o ganho foi de 10 milhões de pessoas. “A população fora da força aumentou muito, mas em julho, aumentou menos. Isso pode indicar um certo retorno das pessoas ao trabalho. Os movimentos ainda são discretos no comparativo com todo o período, mas é um indicativo”, acrescenta Beringuy.
Desalento atinge recorde de 5,8 milhões de pessoas
O contingente de pessoas desalentadas – que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar – também atingiu recorde e agora soma 5,8 milhões. O desalento segue aumentando, mas cresceu menos do que no trimestre anterior: 913 mil pessoas entraram no desalento no trimestre móvel terminado em junho, contra 771 mil no trimestre terminado em julho.
Para Beringuy, a pandemia dificultou a busca por ocupação e, com uma flexibilização cada vez maior da quarentena, a tendência é que as pessoas voltem a buscar trabalho. “Além de tirar o trabalho, a pandemia também impossibilitou sua procura, ou por conta das medidas restritivas, ou porque as atividades econômicas estavam suspensas ou, ainda, por questões de saúde pessoal”, afirma. (Com Agência IBGE)
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