A dívida pública federal do Brasil subiu 1,56% em agosto sobre julho, a R$ 4,412 trilhões, puxada pelo volume recorde de emissões no período, divulgou o Tesouro Nacional hoje (28). Ao todo, foram R$ 114,1 bilhões emitidos em agosto, o maior valor para o mês na série histórica do Tesouro que teve início em novembro de 2006.
Os títulos prefixados responderam por R$ 87,6 bilhões, o equivalente a 77% do total, com destaque para os vencimentos de abril de 2021 e janeiro de 2024. Já a emissão de títulos flutuantes chegou a R$ 15,6 bilhões, disse o Tesouro em nota.
“As emissões do Tesouro Nacional em agosto favoreceram os títulos prefixados de 6 meses e de 48 meses, dada a atual preferência dos investidores por ativos menos arriscados e mais líquidos no mercado doméstico de títulos públicos”, diz o texto.
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Como os resgates somaram R$ 82,2 bilhões, a emissão líquida foi de R$ 31,9 bilhões no mês. Na comparação com julho, a dívida pública mobiliária interna teve avanço de 1,35%, a R$ 4,174 trilhões.
Já a dívida externa subiu 5,36% na mesma base, a R$ 238,25 bilhões.
No fim de agosto, o Tesouro alterou seu Plano Anual de Financiamento (PAF), prevendo avanço maior da dívida pública e também seu encurtamento, alertando ainda para a necessidade de retomada das reformas para reversão desse quadro.
A mensagem foi reiterada pelo secretário do Tesouro, Bruno Funchal, que pontuou nesta segunda-feira que o governo trabalha com um colchão de liquidez que permanece acima dos níveis prudenciais para a gestão da dívida pública, mas que a melhor alternativa para o país seria o avanço das reformas.
Agora, a perspectiva do Tesouro é que a dívida geral feche 2020 entre R$ 4,6 trilhões e R$ 4,9 trilhões, ante patamar de R$ 4,5 trilhões a R$ 4,75 trilhões que havia sido estipulado em janeiro.
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No relatório da dívida, o Tesouro ressaltou que a alta nos juros ao longo do agosto provocou aumento nas taxas de corte dos leilões. No entanto, as estatísticas de custo médio seguiram mostrando níveis historicamente baixos -o custo acumulado em 12 meses chegou a 4,85% ao ano, menor valor da série histórica.
Em setembro, a avaliação é que a curva de juros futuros seguiu ganhando inclinação, refletindo o cenário externo e as discussões sobre a trajetória fiscal no Brasil.
Composição da dívida
Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu de 9% para 9,4%, fruto de um fluxo positivo de R$ 20,1 bilhões.
Já quanto à composição, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs (Tesouro Selic), continuaram com maior peso na dívida pública federal, a 39,17% do total, mas abaixo do percentual de 39,39% de julho. No novo PAF, o intervalo fixado para o ano é de 36% a 40%.
Já os títulos prefixados avançaram a 30,14% da dívida, ante 28,41% no mês anterior, frente a uma meta de 30% a 34% para 2020.
Os papéis indexados à inflação, por sua vez, reduziram sua fatia para 24,97% da dívida total, ante 26,70% em julho, sendo que a referência para este ano é de 23% a 27%.
Por fim, os títulos atrelados ao câmbio viram sua representatividade aumentar a 5,72% da dívida total, contra 5,50% no mês anterior e uma meta de 3% a 7%. (Com Reuters)
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