O dólar operava em alta acentuada contra o real hoje (25), devolvendo parte das perdas registradas na véspera, enquanto caminhava para sua terceira semana consecutiva de ganhos em meio a ceticismo global sobre um pacote de estímulo nos Estados Unidos e temores em relação ao impacto econômico de uma segunda onda de Covid-19.
Às 10:10, o dólar avançava 0,76%, a R$ 5,5546 na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez subia 0,98%, a R$ 5,564.
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Esse movimento estava em linha com uma tendência de fortalecimento da moeda norte-americana no exterior diante de uma maré de pessimismo, com o índice que mede o dólar em relação a seis pares fortes saltando 0,25%. Peso mexicano, lira turca, rand sul-africano e dólar australiano, divisas consideradas arriscadas, assim como o real, operavam em queda nesta manhã.
“Hoje, os mercados financeiros globais dão continuidade ao mau humor visto nos últimos dias”, escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora, acrescentando que “o recente recrudescimento da Covid-19 pelo mundo (…) coloca em cheque as perspectivas de recuperação econômica global”.
O Reino Unido teve que retomar medidas de restrição à atividade diante de um salto nas infecções pela doença, gerando temores sobre uma volta generalizada de lockdowns à medida que outras economias europeias importantes, como França e Espanha, veem novas disparadas nos casos do vírus.
Enquanto isso, agravando a incerteza em torno de uma recuperação global, a maior economia do mundo segue sem um acordo para aprovação de um novo pacote de amparo pandêmico, mesmo diante dos sinais de fraqueza no mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Um importante parlamentar norte-americano disse ontem (24) que democratas na Câmara dos Deputados dos EUA estão trabalhando em um pacote de estímulo de US$ 2,2 trilhões que pode ser votado na próxima semana, mas a notícia parecia não surtir efeito positivo nos ânimos dos investidores.
“A alegria durou pouco”, disse em nota o time econômico da Guide Investimentos, citando perspectiva de pouco interesse dos parlamentares republicanos, mais austeros, na proposta. “Fica difícil acreditar que um acordo saia até as eleições presidenciais (norte-americanas) em novembro.”
Na última sessão, o dólar negociado no mercado interbancário registrou queda de 1,34%, a R$ 5,5128 na venda, maior queda percentual diária desde 1º de setembro (-1,75%).
A moeda norte-americana está em curso de registrar sua terceira semana consecutiva de ganhos, acumulando até o momento alta de cerca de 3,6% em relação ao fechamento da última sexta-feira (18). (Com Reuters)
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