O Ibovespa recuou 1,32% nesta segunda-feira, 21, chegando aos 96.990 mil pontos, contaminado pela onda de aversão a risco no exterior em meio a temores de novos lockdowns na Europa. No mercado norte-americano, os principais índices acionários também acumularam perdas, com o Dow Jones Industrial Average (DJIA) recuando 1,84%, a 27.147 pontos. O índice reverteu parte da desvalorização do dia, quando chegou a cair 800 pontos. Ainda em Wall Street, o S&P500 recuou 1,16%, a 3.281 pontos. Com desvalorização moderada, o Nasdaq perdeu 0,13%, a 10.778 pontos.
As ações europeias também registraram a pior queda em três meses nesta segunda-feira em meio a temores de uma segunda onda de infecções por Covid-19. Os papéis das indústrias de turismo e lazer acumularam as maiores perdas. O FTSE 100, de Londres, foi o índice mais afetado na Europa, caindo 3,4% em seu pior dia nos últimos três meses.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Neste último domingo, o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, afirmou que um segundo lockdown nacional é possível diante do avanço do vírus no país. Os casos diários podem chegar a 50 mil até meados de outubro se o ritmo de contaminação permanecer no estágio atual, enfatizou o principal assessor científico britânico.
“Suspeitamos que as ações caíram acentuadamente e indiscriminadamente, semelhante ao que aconteceu entre fevereiro e março ou em junho (…) diante da possibilidade do aumento em novos casos na Europa minar seriamente a recuperação econômica global”, disse Simona Gambarini, economista de mercados da Capital Economics.
O índice FTSEurofirst 300 fechou em queda de 3,11%, a 1.385 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 3,24%, a 357 pontos, uma queda não observada desde início de junho.
Em Londres, o índice Financial Times recuou 3,38%, a 5.804 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 4,37%, a 12.542 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 3,74%, a 4.792 pontos. Em Milão, o FTSE/MIB registrou desvalorização de 3,75%, a 18.793 pontos. Em Madri, o Ibex-35 registrou baixa de 3,43%, a 6.692 pontos.
Após rally no pregão, dólar inverte tendência e fecha a R$ 5,40
O dólar fechou cotado a R$ 5,40 na compra, uma valorização de 0,43% após operar próximo dos R$ 5,50 durante o dia. Além da preocupação com o avanço do coronavírus na Europa, os temores sobre a saúde fiscal brasileira impulsionaram a busca pela segurança da moeda norte-americana.
“Estamos vendo uma piora relevante no quadro sanitário da Europa nos países que começaram a abrir a economia a partir de abril”, explicou Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos. “Com certeza essa maior aversão a risco eleva a demanda por segurança, e o principal ativo procurado em momentos de cautela é o dólar.”
Mas o movimento altista não é apenas reflexo da aversão a risco no exterior, ressaltou Ortiz. No Brasil, o desconforto com a cena fiscal permanece, em meio a dúvidas crescentes sobre a capacidade do governo de financiar programas de assistência social sem desrespeitar o teto de gastos.
Na semana passada, um dia depois de vetar o Renda Brasil, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o relator do Orçamento, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), a incluir na proposta orçamentária de 2021 a criação de um programa social com a mesma função do renegado pelo presidente.
“A equipe econômica não deixou claro como o novo programa será financiado de forma a ser encaixado no teto de gastos, que já corre o risco de não ser cumprido”, disse Ortiz, destacando ainda que “o risco político e o fiscal andam lado a lado”, uma vez que a maioria dos ruídos em Brasília ocorre em meio a negociações de reformas e maneiras de compor os gastos públicos brasileiros. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.