O Ibovespa rompeu a barreira técnica dos 96 mil pontos e encerrou a sessão desta quarta-feira, 23, com recuo de 1,60% aos 95.734 pontos, diante do frágil cenário fiscal brasileiro, da ameaça de novos lockdowns na Europa e de inúmeros negativos sobre a atividade empresarial nos EUA.
Os investidores precificaram durante o dia a elevação da expectativa para o déficit primário em 2020 divulgada ontem à noite pelo Ministério da Economia, de R$ 787,45 bilhões, para R$ 861 bilhões no ano. Ainda no cenário doméstico, o IBGE divulgou hoje a prévia para a inflação de setembro, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ganhando 0,45%, o nível mais alto em oito anos.
De acordo com o analista gráfico da Clear Corretora, Fernando Góes, com a perda do patamar, o Ibovespa deve encontrar novo suporte aos 92 mil pontos. “Os indicadores técnicos, no entanto, ainda mostram um movimento mais propenso a compra do que a venda, por isso observamos uma falta de velocidade na queda”, avalia.
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Nos EUA, as ações das empresas de tecnologia empurraram para baixo os principais índices do mercado. As techs sofrem correção técnica e, do lado dos fundamentos, são pressionadas por uma proposta enviada hoje pelo departamento de Justiça ao Congresso norte-americano restringindo as proteções legais para as empresas de internet, forçando-as a assumir maior responsabilidade pelo gerenciamento do conteúdo dos seus sites.
Ainda no EUA, dados preliminares divulgados hoje revelam que a atividade empresarial do país caiu em setembro, com os ganhos na indústria sendo compensados por um recuo no setor de serviços. A prévia do PMI Composto para o mês aponta uma atividade em 54,4 em setembro, ante 54,6 em agosto.
O S&P500 encerrou com queda de 2,37%, enquanto o Nasdaq Composite encolheu 3,02% e o Dow Jones teve recuo de 1,92%.
Na Europa, apesar do crescimento no número de casos de Covid-19 e da possibilidade de um novo lockdown, os mercados encerraram do lado positivo da tabela. O FTSE 100 cresceu +1,20%, enquanto o DAX avançou 0,39%, o CAC 40 registrou ganhos de 0,62% e o FTSE MIB teve alta de +0,18%.
Transações Correntes
O superávit em transações correntes do Brasil foi de US$ 3,721 bilhões em agosto, com o déficit em 12 meses caindo a 1,64% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com informações divulgadas hoje pelo Banco Central. O resultado é melhor que o superávit de US$ 2,45 bilhão esperado por analistas em pesquisa da Reuters.
Já os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram US$ 1,43 bilhão, ante expectativa de US$ 1,35 bilhão. Para o mês de setembro, o BC projetou um novo superávit em transações correntes de US$ 3,7 bilhões e IDP de US$ 2 bilhões. Até o dia 18 deste mês, o fluxo cambial estava negativo em US$ 3,448 bilhões.
Estoques de petróleo
Os preços do petróleo subiram nesta quarta-feira, apoiados por dados do governo dos Estados Unidos indicando que os estoques de petróleo e gasolina do país diminuíram na semana passada, segundo dados divulgados pela Administração de Informação sobre Energia (AIE). As preocupações com a pandemia de coronavírus, todavia, limitaram os ganhos.
O petróleo Brent fechou em alta de US$ 0,05, a US$ 41,77 por barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) avançou US$ 0,13, para US$ 39,93 o barril. As reservas de petróleo tiveram queda de 1,6 milhão de barris, já os estoques de gasolina recuaram em 4 milhões de barris. (Com Reuters)
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