O dólar fechou em alta hoje (25), ao fim de uma instável semana na qual o apetite por risco sofreu um golpe em meio a renovados temores sobre o estado da economia mundial e a evolução da Covid-19.
A moeda norte-americana voltou a se aproximar de R$ 5,60 nesta sessão, depois de ter superado esse patamar na véspera, mas a partir do fim da manhã as compras diminuíram, o que ajudou a cotação a encerrar mais próxima da mínima intradiária do que da máxima.
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O dólar à vista fechou a sessão em alta de 0,74%, a R$ 5,5538 na venda –a quinta alta em seis sessões. Na semana, o ganho foi de 3,29%, terceira semana consecutiva de valorização. Com o movimento dos últimos cinco dias, o dólar passou a acumular apreciação de 1,33% em setembro, elevando os ganhos em 2020 para 38,40%.
A força do dólar ante o real nesta semana ocorreu em sintonia com a reação de preço da moeda no exterior. A divisa foi beneficiada por fluxos de demanda por segurança depois de indicadores apontando desaceleração econômica nos EUA e na Europa elevarem temores sobre a sustentabilidade da recente retomada.
A esse medo se somaram novas medidas de confinamento em algumas nações europeias, enquanto os Estados Unidos seguiram presos a um impasse sobre novos estímulos num momento em que o Federal Reserve expressa que há pouco o que se fazer adicionalmente do lado da política monetária.
O índice do dólar subia 0,3% no fim da tarde, alcançando o maior nível em dois meses, e saltava 1,7% na semana, a caminho da maior valorização no período desde a semana finda em 5 de abril. Ante a mínima em dois anos atingida em 1º de setembro, o dólar no exterior acumulava ganho de 3,1%.
Nesta sexta, pares do real, como peso colombiano (-1,6%), rand sul-africano (-1,3%) e rublo russo (-1,2%) lideravam as perdas globais. O peso mexicano cedia 0,7%.
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“A correção do mercado que esperávamos começou e há mais por vir, apoiando o dólar e o iene. Esperamos que a maior volatilidade das moedas emergentes se sustente para além das eleições nos Estados Unidos”, disseram analistas do Bank of America em nota.
Adicionalmente, o mercado de câmbio doméstico sentiu nos últimos dias impactos de maior estresse na renda fixa, em meio a escalada nas taxas de juros de mercado pela combinação entre aumento das ofertas de títulos públicos pelo Tesouro Nacional, menor demanda pelo mercado e incerteza fiscal –num contexto de Selic nas mínimas históricas.
Há que se chamar atenção, porém, para o melhor desempenho do real no universo das divisas emergentes nesta semana. A moeda brasileira subiu 2,6% ante o peso mexicano, 1,2% frente ao peso colombiano, 0,2% contra o peso chileno e 1,9% em comparação ao rand sul-africano, por exemplo.
Na avaliação do Citi, a “barra” para o real depreciar mais que seus pares está agora “mais alta”, com o banco ressaltando que a recuperação da economia brasileira está emitindo sons “mais altos”.
O Morgan Stanley elevou as projeções para o desempenho da economia brasileira em 2020 e 2021, avaliando que tanto consumidores como empresários estão em melhor situação para contribuírem para a retomada, em meio a uma política monetária estimulativa.
Analistas do banco norte-americano comunicaram a mudança de estimativas em relatório nesta sexta-feira no qual fizeram comparações com as perspectivas para o México –e concluíram que a economia brasileira está “bem à frente” do rival latino-americano na corrida para sair do fundo do poço. (Com Reuters)
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