A diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Nechio, avaliou hoje (13) que as pressões atuais sobre a inflação são temporárias e devem se dissipar ao longo do tempo, porém frisou que a autoridade monetária segue vigilante quanto a dinâmica de preços no Brasil.
“Da nossa perspectiva e pelo que estamos vendo agora, tanto as leituras de inflação quanto às expectativas de inflação estão abaixo das metas em 2020, 2021 e 2022”, afirmou ela em participação na sessão “Macro Conversations”, evento que é parte das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em um debate transmitido pelo Banco UBS, destacou a importância do Bacen em focalizar suas decisões baseados na perspectiva inflacionária: “Ainda que estejamos vendo as leituras de inflação agora como temporárias, permanecemos muito vigilantes. Esse é um Banco Central com regime de metas para a inflação, então levamos isso muito a sério e olhamos para várias medidas de inflação e expectativas de inflação”.
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal métrica brasileira de inflação, teve em setembro a maior alta para o mês desde o ano de 2003 (0,64%), sendo pressionado, principalmente, pelo aumento dos preços de alimentos. No acumulado em 12 meses, o IPCA chegou a 3,14%, frente a 2,44% nos 12 meses até agosto, entretanto ainda abaixo da meta do Banco Central para 2020 (4%), com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
De acordo com Nechio, a tensão inflacionária atual está diretamente ligada à dinâmica da recuperação econômica no país. Para ela, a retomada não será uniforme, e será focada em setores específicos, como o de construção e de alimentos, por exemplo, em meio à recomposição de renda provida por programas do governo.
Nechio também reiterou que a manutenção do regime fiscal é o pilar que permitirá o crescimento sustentável do país sendo também uma das condições para a orientação futura do BC em relação às decisões de estímulo monetário.(Com Reuters)
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