A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou os últimos detalhes para a oferta de BDRs ao investidor do varejo, informou a B3 em comunicado à imprensa. Com a aprovação, os ativos passam a ser negociados a partir de amanhã (22).
Os Brazilian Depositary Receipts Patrocinados (BDRs) são certificados de depósito, emitidos e negociados no Brasil, com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias estrangeiras, geralmente ações ou ETFs, que serão administrados e negociados unicamente pela B3 no Brasil.
Embora não sejam novos no mercado brasileiro, o acesso aos BDRs era restrito a investidores qualificados (com no mínimo R$ 1 milhão alocados em aplicações) ou profissionais, limitando a oferta desses produtos a um mercado seleto e minoritário, além de impedir a expansão de ativos estrangeiros no país. Para o investidor comum, os BDRs facilitam o acesso a mercados externos sem a necessidade de abertura de conta em uma corretora no exterior ou transações de câmbio.
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“Ao comprar BDRs, você também está exposto à variação da moeda brasileira contra o dólar: se o dólar sobe, você ganha valor, se o dólar cai, você perde valor. E fica aqui uma “dica” de como investir em BDRs: não invista pensando em lucrar com variações do câmbio (para isso existe a compra direta de moeda ou fundos cambiais, por exemplo)”, explica Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos.
Na segunda-feira (19), a Bolsa paulista anunciou a negociação de 120 novos BDRs – em grande maioria de empresas não americanas -, somando um total de 671 BDRs disponíveis no mercado brasileiro, quase o dobro dos papéis (350) de companhias nacionais listados na B3. Ontem, a BlackRock, maior gestora de ativos no mundo, informou que disponibilizará 100 novos ETFs (fundos de índices) no Brasil até o fim do primeiro trimestre de 2021.
“De fato, estamos falando de mais opções de investimentos aos investidores e com isso aumento da competição para as ações brasileiras. No curto prazo, isso pode trazer um impacto negativo, porém a equação ainda é muito positiva aos investidores. A alocação em renda variável ainda é muito baixa no Brasil. Ou seja, há muito espaço para o investimento em bolsa”, complementa Betina.
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Veja abaixo os dez maiores BDRs disponíveis para o varejo a partir de amanhã (valores são aproximados e sofrem alterações diária), segundo levantamento da XP Investimentos:
1) Apple (AAPL34) – EUA | Setor: Computadores Pessoais
Valor de mercado R$ 11,457 trilhões – Valor do BDR R$ 66
2) Microsoft (MSFT34) – EUA | Setor: Semicondutor amplo
Valor de mercado R$ 9,134 trilhões – Valor do BDR R$ 1.207
3) Amazon (AMZO34) – EUA | Setor: Catálogos e entregas domiciliares
Valor de mercado R$ 9,066 trilhões – Valor do BDR R$ 9.050
4) Alphabet / Google (GOGL34) – EUA | Setor: Tecnologia
Valor de mercado R$ 7,114 trilhões – Valor do BDR R$ 355
5) Alibaba (BABA34) – China | Setor: Tecnologia e E-Commerce
Valor de mercado R$ 4,708 trilhões – Valor do BDR R$ 1.740
6) Facebook (FBOK34) – EUA | Setor: Tecnologia
Valor de mercado R$ 4,289 trilhões – Valor do BDR R$ 753
7) Bershire Hathaway (BERK34) – EUA | Setor: Serviços de investimentos
Valor de mercado R$ 2,778 trilhões – Valor do BDR R$ 1.158
8) TSMC (TSMC34) – Taiwan | Setor: Semicondutores
Valor de mercado R$ 2,570 trilhões – Valor do BDR R$ 496
9) Visa (VISA34) – EUA | Setor: Financiamento ao consumidor
Valor de mercado R$ 2,447 trilhões – Valor do BDR R$ 1.111
10) Walmart (WALM34) – EUA | Setor: Varejo amplo
Valor de mercado R$ 2,411 trilhões – Valor do BDR R$ 213
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