Ela ainda é a queridinha de muitos brasileiros, embora o seu rendimento atual seja inferior à inflação: estamos falando da caderneta de poupança que, em setembro, bateu o recorde de R$ 1 trilhão em recursos depositados, segundo informações do Banco Central.
Sinônimo de segurança no imaginário popular, a poupança, no entanto, possui a mesma garantia que muitos outros investimentos em renda fixa e que podem oferecer mais rentabilidade para quem investe, sem para isso abrir mão da liquidez diária, que nada mais é do que a possibilidade de converter o seu investimento em dinheiro novamente em até um dia útil.
Vale lembrar que os depósitos realizados depois de 4 de maio de 2012 acompanham o rendimento da poupança nova que, atualmente, é próximo de 1,4% ao ano, enquanto a inflação prevista para 2020 pelo último Boletim Focus do Banco Central é de 2,99% ao ano, ou seja, a poupança nova rende atualmente bem menos que a inflação. Já os depósitos realizados antes de 4 de maio de 2012, considerados poupança antiga, ainda têm um rendimento superior à inflação e acima de muitas aplicações em renda fixa no cenário de juros atual. Portanto, na hora de escolher sair ou não da poupança, atenção para a data dos depósitos.
Quem está na poupança nova em busca de opções mais rentáveis, encontra um leque de possibilidades que, muitas vezes, mais confunde do que ajuda nessa decisão. Por isso, a pedido do Forbes Money em razão do Dia Mundial da Poupança, a consultora financeira Márcia Tolotti listou algumas dicas simples para fazer essa transição com segurança e mais rentabilidade.
1) Supere o medo
A dúvida sobre qual melhor lugar para investir não é diferente para quem está iniciando ou para os grandes investidores, porque ninguém tem certeza sobre os rumos da economia. Então, não se acanhe: todos têm incertezas, mas continue investindo todo o valor que puder.
2) Faça uma transição gradual
Você pode deixar uma pequena parte do seus recursos na poupança, para qualquer emergência, enquanto a outra parte é destinada a investimentos em renda fixa. Enquanto você está na fase de conhecer o mercado e outros investimentos, o ideal é deixar 90% das aplicações em renda fixa.
3) Invista na organização
É preciso separar um tempo para investir na organização das finanças e em planejamento financeiro, mesmo que seja um planejamento simples. Tenha em mente ao menos dois cenários: curto e longo prazo. Os investimentos de curto prazo são destinados a objetivos e bens que você deseja adquirir, enquanto o longo prazo é para a sua aposentadoria. Jamais negligencie o seu futuro de longo prazo.
4) Diversifique
Diversificar é a regra de ouro. Tenha ao menos dois bancos, ou um banco e uma corretora, ou um banco tradicional e um digital. Não concentre tudo em um só lugar, mas não abra o leque demais para não se perder no controle.
Diversifique também os seus investimentos. Divida seu dinheiro em mais de um investimento. Você está saindo da poupança para aumentar seu rendimento e como ninguém tem bola de cristal para saber qual será o melhor investimento, siga a regra de diversificar para ganhar na média.
5) Onde investir
Em renda fixa e considerando o cenário atual, é possível diversificar os recursos que estão na poupança em aplicações no Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+; Certificado de Depósito Bancário (CDB) prefixado ou atrelado à inflação (evite o pós-fixado); ou em fundos de renda fixa, mas cuidado com os fundos com altas taxas e que não batem a rentabilidade do CDI.
Mesmo que você não entenda muito bem o que significa cada uma dessas siglas o importante é ter paciência, continuar investindo, escolher dois ou três tipos de investimentos em renda fixa e uma vez por mês avaliar os resultados (compare a rentabilidade).
Falamos em 90% em renda fixa, então 10% dos seus recursos podem ir para a renda variável, se você desejar. Escolha com cautela as ações (sim, existem boas oportunidades) ou um fundo em renda variável.
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