A holding controladora da JBS, a J&F, fez um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos declarando-se culpada por violar a legislação norte-americana contra a corrupção, pagando cerca de US$ 128 milhões em multa às autoridades do país.
O acordo elimina algumas das incertezas que pairavam sobre os planos da JBS em abrir capital de suas operações internacionais nos Estados Unidos.
As ações da JBS passaram a subir com força hoje (14) após a divulgação do acordo. Às 15h02, os papéis da companhia exibiam alta de 6,4%, o segundo maior ganho do Ibovespa, que registrava valorização de 0,8%.
A JBS explicou que o valor da multa acordado pela J&F é de cerca de US$ 256,5 milhões de, mas 50% desse valor já foi pago a autoridades brasileiras e abatido do total a ser pago nos EUA. Procurada pela Reuters, a J&F afirmou que não comenta o assunto.
Segundo promotores dos EUA, o montante de propinas pagas por executivos da J&F para autoridades governamentais de alto escalão superou os US$ 150 milhões. Os promotores afirmaram ainda que a empresa teve um lucro de US$ 178 milhões com o pagamento dos subornos.
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O acordo da holding com o justiça norte-americana é um desdobramento do acordo de leniência acertado pela companhia com o Ministério Público Federal, no Brasil, e dos acordos de colaboração premiada assinados pelos executivos Wesley e Joesley Batista com a Procuradoria-Geral da República, desencadeados pela operação Lava Jato, afirmou a JBS em fato relevante ao mercado.
A JBS, por sua vez, assinou um acordo com a autoridade fiscalizadora do mercado de capitais norte-americano, a SEC (órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira) que prevê pagamento de multa de cerca de US$ 27 milhões.
O acordo com a SEC está relacionado a falhas da controlada Pilgrim’s Pride no registro de suas informações contábeis, afirmou a JBS. A Pilgrim’s Pride já havia informado mais cedo que aceitou pagar multa de US$ 110,5 milhões por ter criado restrições à competição que afetaram três contratos de venda de produtos de frango de corte a um cliente nos EUA.
A JBS acrescentou que, como parte do acordo com a SEC, deverá por três anos prestar esclarecimentos sobre “a efetividade das políticas anticorrupção, procedimentos, práticas, controles internos e manutenção de registros e processos de reportes financeiros da JBS” e de quaisquer empresas que estejam sob controle do grupo.
Segundo a JBS, o acordo com a SEC encerra qualquer outra pendência legal da companhia e suas afiliadas relacionadas à contabilidade da Pilgrim’s. (Com Reuters)
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