O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda divulgado ontem (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, em setembro, a variação de preços registrada pela população mais pobre foi de 0,98%, superior à observada pela classe mais rica (0,29%). O primeiro grupo inclui famílias com rendimentos domiciliares mensais menores que R$ 1.650,00, enquanto na parcela de maior poder aquisitivo eles ultrapassam R$ 16.509,66. Em todas as classes pesquisadas houve aumento de inflação.
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Quase 75% da variação total da inflação das famílias mais pobres em setembro veio dos alimentos e bebidas, com as altas do arroz (18%), do óleo (28%) e do leite (6%). O aumento dos materiais de limpeza (1,4%) e do gás de botijão (1,6%) também ajudou a compor, embora em menor intensidade, a pressão inflacionária entre a parcela mais pobre da população. No caso das famílias mais ricas, a alta de preços dos alimentos e da gasolina (2%) foi atenuada pelo recuo nos planos de saúde (-2,3%) e nas mensalidades de cursos diversos, como os de idiomas (-1,5%) e informática (-1,6%).
Com o resultado de setembro, a variação do Indicador Ipea no acumulado do ano atingiu 2,5% para a população de renda muito baixa – mais de oito vezes superior à da parcela de renda alta (0,2%). A desaceleração dos preços dos serviços também proporcionou um alívio maior na inflação da classe mais rica: os serviços livres registraram deflação de 0,05% no mês ano, devido principalmente às passagens aéreas (-55%), aos preços de hospedagem (-9%) e às mensalidades das creches (-1,7%).
No acumulado em 12 meses, de outubro de 2019 a setembro de 2020, a inflação cresceu em todas as faixas da população, mas foi maior (4,3%) para a classe de renda muito baixa e menor para a parcela mais rica (1,8%). Na comparação com setembro de 2019, a inflação das famílias de menor renda avançou mais – com um salto de 0,10% para uma alta de 0,98% -, enquanto que para a classe mais rica a evolução foi menos significativa (0,27 ponto percentual).
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