A XP Investimentos revisou as projeções para a economia brasileira em 2020, prevendo melhora na retração do Produto Interno Bruto (PIB), diminuição na dívida bruta do governo e aumento da inflação em seu relatório macroeconômico para outubro. As novas projeções acompanham a retomada econômica mais forte do que o esperado e a pressão de curto prazo na inflação ao consumidor.
Os especialistas da corretora acreditam em uma redução de 4,6% na atividade econômica do país, ante 4,8% de queda projetados anteriormente. Para 2021, a perspectiva é de PIB em 3,4%, contra 3,0% anterior. O otimismo reflete, principalmente, o desempenho positivo do comércio e da indústria de transformação. “O Brasil deverá fechar o PIB de 2020 menos negativo que o previsto inicialmente, contudo, o mercado de trabalho deve demorar para se recuperar (projetamos taxa de desemprego de 15,5% em 2020 e 14,5% em 2021).”
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Nas contas públicas, a equipe da XP prevê déficit primário em 12,9% do PIB em 2020 e 3,9% em 2021. A dívida bruta do governo geral, como proporção do PIB, deve atingir 94,5% em 2020, 96,3% em 2021, afirma o documento.
Para a inflação medida pelo IPCA, a perspectiva da corretora é de aumento para 3,1% em 2020, contra 2,6% projetados antes, o índice é puxado pelo preço dos alimentos e pela recomposição de margens no setor aéreo. Já para 2021, a previsão para o IPCA foi mantida em 2,6%.
No câmbio, as perspectivas seguem inalteradas para R$/US$ 5,20 em 2020 e R$/US$ 4,90 no fim de 2021. O relatório afirma ainda que a taxa de câmbio atual está excessivamente depreciada para um país que necessita atrair poupança externa. “Para que o câmbio real efetivo do Brasil volte à média histórica, por exemplo, o BRL teria que ir um pouco abaixo de R$ 4,00 por dólar, gerando o déficit em conta corrente compatível com o ingresso de poupança externa.”
Para a taxa de juros, o relatório afirma que a manutenção do teto de gastos para 2021 é consistente com a projeção de manutenção da taxa Selic em 2,00% até o segundo semestre do próximo ano, subindo gradualmente para 3,00% até o fim de 2021. “Caso a perspectiva das contas públicas se deteriore significativamente, o Copom pode optar por a elevar a SELIC mais cedo do que o contemplado em nosso cenário. A sinalização firme do Banco Central de que atuará de forma tempestiva e independente neste caso é crucial. Declarações recentes do Presidente do BCB neste sentido colaboraram para manter a ancoragem das expectativas.”
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.